Lesões na região do abdômen e do pulmão e um adolescente que não resistiu aos ferimentos internos. Elias Severo Campos, de 12 anos de idade, por algum motivo preferiu esconder dos familiares mais próximos, amigos, colegas e professores, o que de fato aconteceu para que ele acabasse em um leito da Santa Casa de Misericórdia, onde terminou sua vida.
Prestes a completar 13 anos, o jovem que comumente era visto acompanhando o pai Cláudio Campos, que é vendedor autônomo ambulante, era considerado um menino carinhoso, educado e travesso.
Desde o momento do registro do Boletim de Ocorrência feito pela Brigada Militar, na Delegacia de Polícia Civil de Pronto Atendimento, no sábado (16), após Elias ser internado com policontusão, uma incessante busca por respostas e possíveis culpado(s) iniciou-se através dos setores de investigação da BM e da PC.
O menino veio a óbito na última terça-feira (19), com policontusão, isquemia pleural esquerda, choque séptico e insuficiência respiratória aguda, segundo as informações que A Plateia teve acesso com fontes do hospital.
Hospital
Formalmente, a diretora administrativa da Santa Casa de Misericórdia, Leda Marisa da Silva dos Santos, informou que, levando em consideração o agravamento do quadro de saúde de Elias e por conta da narrativa relativa a causa da lesão, “desencadeou-se uma série de medidas administrativas, como por exemplo, acionar a Polícia Civil e o Conselho Tutelar. Enquanto, paralelamente todas as medidas de assistência médica (hospitalar) foram adotadas, vislumbrando a plena assistência do paciente Elias. Infelizmente, ele evoluiu para óbito”, disse.
Investigação
Seguida de diversas diligências, a delegada Giovana Müller comunicou que muitas testemunhas foram ouvidas, a fim de descobrir uma suposta briga envolvendo Elias. Até o momento, não há informações concretas do que de fato aconteceu, pois conforme relato, o jovem teria sido agredido no início do mês de dezembro, mas somente após sentir muitas dores resolveu procurar ajuda médica.
De acordo com a Polícia Civil, o laudo do perito médico do Instituto Geral de Perícias (IGP), a morte de Elias foi causada por “infecção generalizada em razão de broncopneumonia e que NÃO constatou nenhum tipo de lesão interna ou externa que pudesse ter causado o óbito”. Afirmando ainda que o atendimento recebido pelo jovem foi “correto e rápido, porém o quadro era muito grave”.
Na mesma nota, a PC informou que a investigação continuará mas que, no momento, “não é possível apontar um culpado, restando descartada a possibilidade de lesão corporal seguida de morte ou homicídio doloso reiterando o agradecimento à população que auxiliou com informações envolvendo possível briga”, disse a delegada Giovana.
Escola
Procurada, a direção da escola mencionou que todos estão muito abalados e sob pressão de um processo muito rígido e desgastante. Elias era aluno da escola desde a pré-escola, considerado um filho por toda a equipe.
“No momento, ainda não estou bem emocionalmente. Pela primeira vez estamos encerrando um ano letivo com muita dor, angústia e sofrimento. Não temos resposta para o que estamos passando e vivendo e precisamos da verdade para acalmar a alma e trazer a paz. Peço desculpas por, neste momento, não poder ajudar, mas te digo, estou numa força tarefa incansável para ajudar no que for necessário elucidar a morte do nosso aluno Elias, em consideração a ele e aos familiares”, declarou a diretora Cláudia Rejane Diehl.
