O senador Hamilton Mourão (Republicanos) concedeu, nessa semana, uma entrevista exclusiva ao programa Boa Tarde, Cidade, da rádio RCC FM. Na oportunidade, o Mourão discorreu sobre os assuntos da votação da desoneração da folha de pagamento e o projeto de anistia aos “manifestantes” do oito de janeiro, entre outros.
A entrevista ocorreu na tarde de quinta-feira (14), quando o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto que renovaria até 2027 a desoneração da folha de pagamento. Mourão votou pela derrubada e falou sobre o assunto. “Acabei de votar pela derrubada do veto que é a nossa posição. O Governo do Presidente Lula, lamentavelmente, age lentamente, se perde naquilo que era pra ser objetivo, não negociou com o Congresso uma forma de reajustar essa questão e ter uma proposta para que, paulatinamente, fosse mudando esse procedimento, queria cortar de forma abrupta no final do ano quando todo empresariado já se planejou para o ano que vem, aí seria uma perda de receita muita grande e, consequentemente, pessoas seriam despedidas. Portanto, nós estamos fazendo uma oposição firme, o Senado já votou e vai começar agora a Câmara de Deputados votar e acredito que temos condições de barrar esse veto do presidente”.
Em relação ao projeto de PL de anistia aos “manifestantes” do oito de janeiro, como funcionaria, em caso de aprovação?
“Sabemos que esse inquérito, que vem sendo conduzido pelo Ministro Alexandre de Moraes, a respeito dos acontecimentos do oito de janeiro, é um inquérito que ultrapassou todos os limites daquilo que é devido ao processo legal. Essas pessoas estão sendo julgadas na última instância, quando deveriam “tá” sendo julgadas na primeira instância, as sentenças que vêm sendo dadas e as acusações são genéricas, todo mundo ganha um carimbo independente do que a pessoa fez ou não fez, se a pessoa estava simplesmente na marcha ou se realmente foi vista quebrando um bem público, danificando as entradas da Suprema Corte, do Congresso ou do Palácio do Planalto, então a única solução foi buscar uma lei de anistia que exonere essas pessoas que não cometeram ato de vandalismo”.
Perguntado sobre um post que o Senador fez nas suas redes sociais sobre o cenário da Venezuela, afirmando que as Forças Armadas Brasileiras têm plena capacidade de cumprir sua função de defesa da pátria, ele disse: “A situação entre a Venezuela e a Guiana é uma questão antiga, a Venezuela reclama essa porção de dois terços do território da Guiana, se pegar um mapa da Venezuela sempre vai aparecer aquela porção asturiana como se fosse um território que a Venezuela disputa, mas manteve essa questão adormecida. De uns tempos pra cá, quando se descobre o petróleo nessa região em uma larga quantidade, que vai permitir que a Guiana saia dum país pobre e atrasado pra se tornar um verdadeiro Catar da América do Sul, a Venezuela cresce o olho e volta a fazer sua reivindicação, só que agora duma forma totalmente inadequada, promovendo um referendo para que a população aceite incorporar aquela região como um novo estado do país”.