qui, 17 de outubro de 2024

Variedades Digital | 12 e 13.10.24

Cabanha São Caetano produz genética de campeões nos campos do Funchal

Nos últimos 5 anos, a propriedade rural conquistou cinco campeonatos nos machos da raça Hampshire Down na Expointer
Foto Matias Moura/AP

A raça Hampshire Down, natural da Inglaterra, entrou oficialmente no Brasil há 91 anos, exatamente em 1932, quando foram trazidos para cá os primeiros exemplares desses ovinos. A partir daí, a raça começou a ser difundida entre os produtores brasileiros entrando no Rio Grande do Sul e se estabelecendo por suas características peculiares com a rusticidade. Foi no ano de 1972 que, nos campos de São Borja, na Fronteira Oeste do estado, a Cabanha São Caetano iniciou o seu criatório da raça tendo completado 51 anos de melhoramento genético.
No ano de 2018, o médico veterinário, leiloeiro e produtor rural Wilson Belloc Barbosa, juntamente com a sua esposa Márcia Bastos Barbosa, resolveram fazer uma mudança nas atividades da Cabanha São Caetano por conta do avanço da soja na região de São Borja e com isso iniciou-se a procura por outras terras de pecuária, vindo a encontrar em Livramento uma excelente oportunidade de dar seguimento na criação de ovelhas da raça Hampshire Down. Assim, naquele ano, o casal adquiriu uma propriedade rural na região do Funchal vindo a se estabelecer no município.

Foto Matias Moura/AP

Desde então, a cabanha tem se dedicado à produção de carne ovina de qualidade com base na sua genética de mais de 50 anos que tem conquistado muitos prêmios em exposições Brasil afora, como é o caso dos cinco campeonatos seguidos nos últimos anos na Expointer, em Esteio, na categoria machos da raça Hampshire Down. Segundo o produtor rural Wilson Barbosa, o grande diferencial da raça é a produção de carne com marmoreio, onde desde o cordeiro nos seus 60 dias já é possível ter uma carcaça com bom acabamento de gordura. “Hoje tem um mercado importantíssimo para a carne de qualidade. E nós notamos que cada vez mais está chegando ao consumidor essas informações. Aqui no Funchal, nós estamos dentro da Apa do Ibirapuitã que são campos apropriadíssimos para a criação de ovelha, então qualquer ovino criado nesse habitat terá uma boa carne, principalmente se for Hampshire Down por todas as suas características. Essa raça, sendo criada em um ambiente como este, completamente natural, formam todas essas características que contribuem para um produto de qualidade que nós devemos sim, mostrar para os consumidores de outros estados e porque não de outros países”

Foto Matias Moura/AP

A Raça Hampshire Down é bastante precoce, quando bem alimentados, seus cordeiros atingem 35 kg de peso vivo aos 3 ou 4 meses, com rendimentos de carcaça de 45 a 50% com pesos de 14 a 18 kg. Sua carcaça possui boa qualidade. Apresenta boa fertilidade e boa prolificidade (número de crias por parto), atingindo índices de nascimento de 140%.
O produtor se diz satisfeito com o crescimento da demanda por carne ovina de qualidade, sendo que o país ainda tem muito para crescer e se desenvolver ainda mais, tamanha é a demanda por este tipo de proteína, visto que o Brasil hoje é importador deste produto. “ Nós temos um excelente mercado e possibilidade de crescimento, temos bons frigoríficos especializados, restaurantes e supermercados. Dificilmente nós vamos esgotar esse mercado, pois cada vez mais ele vai ficar mais ávido pela carne de cordeiro de qualidade de raças apropriadas e de manejo correto que tenham uma boa terminação. Pois o conhecimento deixa o consumidor mais exigente, por isso nós produtores precisamos nos especializar para fornecer esse produto de qualidade” comenta.

Foto Matias Moura/AP

Outro grande destaque da Cabanha São Caetano é o sistema de estufa para produção de forragem hidropônica de aveia para alimentação dos animais. Com a utilização de muita tecnologia foi construída na propriedade rural uma câmara fria e um sistema automatizado que consegue em apenas 4 dias produzir alimentação para os animais. “Este sistema nos auxiliou, por exemplo, no período de estiagem, pois faz dois anos que estamos trabalhando com a produção de forragem hidropônica e os resultados são impressionantes”.

Foto Matias Moura/AP
Foto Matias Moura/AP

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