O setor da ovinocultura laneira gaúcha vem enfrentando muitas dificuldades de colocação de mercado com a sua produção. Há casos onde produtores estão com galpões cheios de lã estocada, de duas a três safras, gerando assim um desestímulo para a cadeia produtiva. A concorrência com produtos sintéticos é um dos fatores na baixa comercialização.
Neste sentido, a empresa Tecnolã Sul, que está instalada dentro da área do antigo Frigorífico Armour, irá dar início a suas atividades em breve para trabalhar no beneficiamento de todos os tipos de lãs, sejam elas grossas ou finas, servindo assim de elo entre os produtores e o mercado. Já está com cerca de 95% do seu maquinário montado, e as obras de acabamento da parte estrutural quase finalizadas.
O Jornal A Plateia conversou com o empresário e proprietário da empresa, Ricardo Biesdorf, que disse que o início das atividades está sendo adiado por consequência do atraso na entrega de alguns equipamentos fundamentais para o funcionamento do parque industrial. Segundo ele, quando a empresa estiver em plena atividade terá a capacidade de processar até 200 toneladas de lã por mês, gerando pelo menos 70 empregos diretos. “O início dos trabalhos atrasou um pouquinho, porque estamos com dificuldade na entrega de alguns equipamentos, sobretudo na parte eletroeletrônica. Sobre o mercado da lã, o que temos ouvido é que ainda está um pouco parado e que não saiu a média para o próximo ano, e os países que estão ativos estão com alguma dificuldade de colocação do produto. Mas vamos começar mesmo assim as atividades, observando os preços anteriores. Quando a indústria estiver operando a pleno vapor vamos ter a capacidade de processar até 200 toneladas/mês, mais a cardagem e penteagem que vai rodar em três turnos. Projetamos iniciar as atividades com 70 funcionários, até porque o que mais demanda pessoal é o setor de triagem” destacou.
Segundo o empresário, o projeto está em fase de conclusão com os ajustes finais do setor da caldeira, laboratório e lavanderia, sendo que a empresa deverá iniciar a rodagem em dezembro para teste e, no máximo, em janeiro 2024 começar as operações definitivas. Questionado sobre o projeto turístico no local para a visitação da indústria, o empresário destaca que ficará para um segundo momento, lançando primeiramente a chamada fase 1. “Essa parte é mais demorada, mas está nos nossos planos. Demanda não só a questão arquitetônica, mas também financeira”.
Ainda sobre a comercialização, Ricardo Biesdorf, disse que a empresa será uma parceria das cooperativas e dos produtores na busca por colocação da lã no mercado. “Todos serão nossos parceiros no fornecimento de material. Assim como tem players importantes como Uruguai, China e outros países, nós queremos agregar valor ao produto e colocá-los no mercado. O recado que queremos deixar aos produtores é acreditar no potencial que tem o mercado. É claro que toda a cadeia produtiva terá que fazer um bom trabalho de certificação, não só a empresa, mas também o trabalho dos produtores. A partir disso, com a lã certificada começamos a buscar esses mercados que têm uma remuneração melhor”, disse.
Notícias do dia por Germano Rigotto
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