No dia 15 de outubro aconteceu a Copa São Borja de Jiu-Jitsu, onde participaram competidores de todo o Rio Grande do Sul, e outros estados, além de atletas vindos da Argentina e Uruguai. A equipe Brigadeiro Uruguay, conduzida pelo professor Gaspar Aintablian, esteve participando do evento representando a Fronteira da Paz.
O atleta Jhon Kelvyn Rodrígues dos Santos, de 22 anos, se destacou em sua primeira competição nas categorias de faixa branca, onde conquistou três medalhas de 1° lugar, troféu do absoluto e um valor em dinheiro. “Eu competi nas categorias de faixa branca com kimono, sem kimono e categoria absoluto (quando não tem divisão de peso). Eu era o menor na categoria absoluto, consegui ganhar numa luta muito dura contra um lutador muito bom e com quase 20kg a mais”, disse o atleta ao Jornal A Plateia.
Jhon destaca que seu sonho é um dia poder viver como atleta profissional e para isso tem se dedicado ao esporte. Nascido e criado em Santana do Livramento, começou no esporte muito cedo em artes marciais. “Desde que me lembro foi o que eu escolhi, aos 7 anos comecei a praticar karatê e com 13 comecei a competir. Desde então me apaixonei ainda mais pelas lutas, treinando e me desafiando cada vez mais, conquistei vitórias e títulos dentro do esporte, dentre eles, 4 campeonatos gaúchos e o tão sonhado brasileiro em 2019. Já tive copas internacionais também, e é sempre uma experiência muito boa representar a equipe dentro e fora do estado”.
O atleta comenta que em 2018, através da companheira, hoje esposa, começou a treinar judô e participou de algumas competições pela equipe do Uruguai, através de um projeto da Intendência Departamental de Rivera, onde recebeu o apoio necessário para competir pelo esporte.
“Em 2019, através de um projeto, foram até minha escola e convidaram quem tinha interesse de treinar jiu-jitsu de forma gratuita em um espaço dedicado ao esporte na minha cidade, e eu fui, porque sempre tive vontade de fazer, mas não tinha condições financeiras. Me apaixonei pelo esporte e treinei pesado, adquiri o conhecimento básico do jiu-jitsu ali, mas infelizmente com a pandemia o projeto foi finalizado e não treinei mais até 2023”, disse.
O atleta tem se dedicado ao boxe e ao muay thai, sonhando com uma possível entrada no MMA.
Neste ano, Jhon começou a treinar com o professor Gaspar Aintablian. “Ele acreditou em meu potencial, me deu uma grande oportunidade para entrar na equipe, que me ensinou, além do jiu-jitsu, a ter mais paciência na luta, mais calma, ser mais técnico, e tem me ajudado com outras coisas necessárias para aprimorar meu jogo”.
O atleta lamenta a falta de incentivo e apoio de empresas locais, mas disse que segue trabalhando focado em seus objetivos e sonha em viver do esporte. “Infelizmente o esporte ainda não é reconhecido da melhor forma na fronteira, os apoiadores são poucos, tanto na parte governamental quanto empresarial, e para quem não tem condições é difícil participar de competições e viagens com frequência. Um dia ainda quero viver do esporte e tenho me esforçado pra isso, Deus tem me ajudado até aqui e sei que vai continuar me abençoando”.