Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]
Vez por outra deparo com situações onde me pergunto: como eu conheço tantas pessoas das mais variadas atividades, lugares e maneiras de pensar. Como jornalista há mais de 40 anos, sou do tipo que puxa conversa em qualquer ambiente.
Meus filhos, que adoram debochar deste velho “escrevinhador” costumam dizer:
– Se largar o pai num potreiro ou ele vai falar com o gado ou vai puxar conversa com a cerca!
Exageros à parte, sou, de verdade, um assumido apaixonado pelo relacionamento humano. Gosto de trocar ideias porque a cada bate-papo é possível descobrir histórias de vida incríveis, trajetórias edificantes, enredos inacreditáveis de reinvenção do ser humano e de criatividade para vencer dificuldades.
Esta semana, quando disparei os convites para o lançamento de mais um livro elaborado em companhia com outros 12 amigos jornalistas, tomei consciência da infinidade de amigos, conhecidos e ex-colegas – de trabalho e dos bancos escolares – cujas relações ainda mantenho vivas, mesmo que às vezes à distância.
Como já escrevi neste espaço, depois dos 50 anos – por aí – me propus a reencontrar afetos que deixaram significado importante em minha vida. Isto, aliás, rendeu uma das três crônicas que publico neste novo livro, intitulado “Crônicas para ler com cAlma- volume 2”.
O texto, denominado “Na busca dos amigos”, conta o hábito que mantenho de participar de eventos como os aniversários de formatura de turmas do colégio, da galera do futebol ou do grupo do coral do colégio dos tempos de infância e adolescência.
Os reencontros são verdadeiros bálsamos para encarar as agruras da vida e principalmente as dificuldades da velhice. Sim, aos 63 anos, seria hipócrita dizer que tudo é um mar de rosas composto somente de felizes recordações e de uma vida de viagens a lugares paradisíacos. Os cuidados com a saúde, as preocupações com o sustento e as desgastantes relações familiares são obstáculos que nem sempre são superados com facilidade.
Reencontrar velhos amigos também permite ajudar parceiros que estão sozinhos diante do ocaso da vida. Não se trata apenas de organizar “vaquinhas” de cunho financeiro, mas oferecer um ombro amigo e ajudar concretamente para superar encruzilhadas que a vida impõe.