qui, 2 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 27 e 28.12.24

A EDUCAÇÃO FRANCESA E O COTIDIANO

Buenas!

            “Viajar é preciso, viver não é preciso”, já disse aqui ao replicar o poeta Fernando Pessoa, mas nunca é demais repeti-lo, ainda mais quando estamos a cumprir o seu lema. Em férias, novamente, pois assim exige a lei (a minha e a governamental), estou a torrar o orçamento do ano dedicando algumas semanas na França.

Não me julguem! Já há muitos que o fazem sem eu pedir. Em viagem, aproveitei para me desligar do mundo normal, optei por não acompanhar as enxurradas em Santa Catarina, que deram uma folga ao RS, muito menos a guerra sem sentido que mata judeus e palestinos há milênios, tudo por um pedaço estéril de terra e por um orgulho religioso extremista. Tentem explicar o porquê desta briga para um tibetano, tentem…

Caminhando longe do noticiário – do jeito que dá, não tanto quanto gostaria –, optei por apreciar a paisagem, não só histórica, mas também humana. Como é sabido por todos, Paris é a cidade mais visitada do mundo, com monumentos imperdíveis e necessários.

Não vou citar nenhum aqui, só de falar em Paris já vem a memória de todos, mesmo aqueles que nunca vieram, a onipresente Torre Eiffel, inaugurada em 1889, construída para durar um ano, mas que ainda esta lá. E que lá fique!

Nem falarei do Louvre, o maior museu do mundo! Outrora uma fortaleza, depois um palacete, ele é obrigatório, afinal, Napoleão não inaugurou-o só para bonito, né? Não vou nem falar na catedral de Notre-Dame, que dá uma dor no coração… Ao menos dá para ver a belíssima fachada, enquanto os trabalhos seguem firmes para restaurar o prédio que incendiou em 2019.

Poderia ficar aqui a descrever por horas, vontade não falta. Porém – ainda bem que os tenho, meus poréns –, quero tratar de comportamento humano. Apesar de não conseguir caminhar por meia quadra sem esbarrar em centenas de turistas do mundo todo, ainda assim, é possível encontrar e reconhecer os nativos.

Eles param na sinaleira aguardando o verde para passar, e não falo aqui do carro, falo do pedestre, que obedece os sinais, não se preocupando com a pressa dos turistas em busca de selfies e poses para postagens.

Eles não tem pressa para ir, pouca pressa para chegar, mas não perdem tempo. Muitos andam com um livro na bolsa, pondo em dia a leitura, ou estudando, claro, não só ônibus, caminhando também., pois aqui é a terra das bibliotecas e das faculdades boas e gratuitas, não esqueçam. A primeira a surgir foi na metade do século XII, no chamado Quartier Latin. Sob o domínio dos padres, a língua usual era o Latim, captaram? Fez tanto sucesso que, com o tempo, o governo assumiu e a moda se espalhou.

É possível ver os nativos pela manhã, com o indefectível e comprido baguete sob as axilas, enquanto degustam a ponta do mesmo. Não sei se tomaram banho ou só meteram um perfume, não me aproximei o suficiente para conferir! Mas vá lá, não vou pedir um pedaço.

Também é fácil identificar o nativo – ou aquele que quer se passar por ele, o imitando – quando encontramos aquele monte de gente, no meio da tarde, lagarteando na grama ou nas margens do sena, no meio da tarde, tomando um vinho, batendo uma bola ou só jogando conversa fora. Fazem isso não importando se é um outono ensolarado ou um inverno frio e cinzento.

Ao entardecer, os parisienses voltam para suas casas, montados em suas bicicletas, próprias ou de aluguel, em profusão. Mas não só nelas, também em patinetes, bikes e motos elétricas em grande quantidade, mas também em carros compactos e carrões.

Muitos optam pelos confortáveis e limpos ônibus – uma ótima solução para conhecer a cidade, recomendo – que se esparramam pela cidade, mas a maioria escolhe o mais rápido e eficaz meio de transporte do mundo: o metrô de Paris.

A primeira linha surgiu em 1900, puxada por carroças. Hoje, são 14 linhas rasgando e se integrando a cidade a vizinhança. Além disso, há as linhas de trem, de RER ou TER, e outras siglas que são difíceis de guardar.

Falei tanto dos meios de transporte não por acaso. Penso que eles são primordiais para o parisiense ser um bon vivant. Não falei bem humorados, porque os franceses têm fama de serem rabugentos, mas, penso, é só fachada.

Vi uma cena digna de ser narrada. Num bairro afastado, dois homens conversavam enquanto desciam uma lomba. Subia a mesma lomba outro senhor, devia ter seus 65 anos, envergava um capacete e pilotando uma patinete elétrica. Ao fazer a curva, reduzindo a velocidade, fez questão de soltar um Bonjour! para os transeuntes, que não titubearam e replicaram a gentileza: Bonjour!, em uníssono.

Pegaram a dica? Não há Bonjour sorridente que nos deixe distante de um nativo. Claro, é importante ter tenha algumas frases na língua de Balzac na algibeira, para iniciar a abordagem. Se chegar de sola com um good morning!, não garanto o sorriso.

Aí pergunto aos que chegaram até aqui após este passeio por Paris: eles apresentam certa simpatia por terem um sistema de transporte que facilita a vida ou tem certa serenidade apressada por saberem que o ganha-pão será pago em euros, moeda mais do que estável, diferente da nossa, que oscila mais que sino pesado.

Ou seria o baguete matinal sob a axila? Dúvidas…

 

Primeiro Bebê de 2025 nascido em Sant’Ana do Livramento: Oscar Silva Ferretjans

Na manhã de 1º de janeiro de 2025, Sant’Ana do Livramento celebrou a chegada do primeiro bebê do ano, um presente para a cidade nesse novo ciclo. Às 12h23, na Santa Casa de Misericórdia, nasceu Oscar Silva Ferretjans, filho do médico Dr. Conrado Ferretjans e de Camile Menezes. Com 3,260 kg e 48 cm de pura fofura, Oscar chegou ao