*Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]
É cada vez maior a preocupação em torno dos idosos. Com os avanços da medicina a longevidade trata-se de uma realidade que infelizmente não desencadeia apenas consequências positivas. É comum ver-se pessoas com 70, 80 ou 90 anos com ótimos exames de check-in. O grande desafio, no entanto, é manter a saúde mental, desafio que preocupa milhões de famílias.
A Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), lançou um programa de excelente alcance chamado “60+”. Consiste em preparar pessoas de larga experiência nos mais diversos segmentos de atividade para realizar uma espécie de mentoria com jovens.
Na prática significa colocar a maturidade e o repertório pessoal de vivências a serviço dos outros. Pessoas com carreiras vitoriosas de uma vida inteira irão legar conhecimento para que novos profissionais desempenhem suas profissões com este referencial.
Esta experiência deveria ser adotada por empreendimentos dos mais variados ramos de atividade. Com a chegada da aposentadoria, milhões de excelentes profissionais são relegados à inatividade, perdendo-se excelentes oportunidades de usufruir de conhecimento acumulado em décadas de aperfeiçoamento e sucesso.
No Brasil, a vida dos aposentados – com exceções – não é fácil. É pequeno o contingente de empresas privadas e instituições da área pública que prepara para o momento de parar. A maioria dos aposentados é relegada ao ostracismo, à solidão e à busca de velhos amigos ou colegas de trabalho para compartilhar recordações quando poderiam ensinar as novas gerações.
A experiência da ACPA e do Sebrae consiste em dois dias de formação que totalizam 12 horas para habilitar profissionais experientes a trabalhar com pessoas mais jovens. Um dia entrevistados disse que uma das virtudes do programa é “ajudar as pessoas a acharem atalhos na vida”. Isso, por si só, já constitui um ganho fundamental para conquistar um lugar de destaque no mercado profissional.
Ao invés da solidão de assistir televisão, ouvir rádio ou dormir o dia inteiro, os integrantes do grupo dos “60+” podem aproveitar de maneira produtiva o tempo disponível para exibir o seu talento e ajudar as novas gerações.