A metodologia de ensino que junta alunos de anos diferentes em uma única sala de aula, com apenas um professor, levou dezenas de pais às ruas de Sant’Ana do livramento, nesta semana. Em frente à 19ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), os responsáveis pelos alunos se manifestaram contrários à medida do governo do Estado, preocupados com a qualidade da aprendizagem de seus filhos.
“Não tem como, são matérias diferentes, são conteúdos e etapas de aprendizagem diferentes. […] Não é porque nós moramos em campanha que os nossos filhos têm menos direitos”, afirma a mãe Cassiane Figueroa.
Em um dos casos, a Escola Estadual Antônio Conselheiro, da região do Cerro dos Munhoz, deveria começar a chamada multisseriação a partir do segundo ano do ensino fundamental, mas não aconteceu por causa da manifestação. A proposta da Coordenadoria afetaria, aproximadamente, 135 alunos da rede. “Se juntar, uma dessas turmas vai estagnar, porque um professor não conseguirá dar conta de duas turmas e manter a qualidade de ensino das duas turmas”, explica a professora Maria Gonçalves.
“Como é que se explica uma criança que está sendo alfabetizada de repente se enturmar com outras crianças que já estão num processo de ensino-aprendizagem, de alfabetização um pouco adiantado?”, questiona o professor Juca Sampaio.
Para resolver o problema, os manifestantes conversaram com a coordenadora sobre a decisão. Ela afirmou que a medida é prevista em lei e que foi tomada para suprir faltas de professores nas escolas da rede estadual de ensino. Depois de sete horas de manifestação, o Estado decidiu recuar da decisão e manteve as aulas como antes.
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