qua, 25 de dezembro de 2024

Variedades Digital | 21 e 22.12.24

O que pensa a comunidade sobre a Escola Cívico-Militar

Professor, mãe, aluna e direção da escola comentaram o assunto
Escola Cívico-Militar João Souto Duarte. Foto: Yuri Cardoso/AP

O debate sobre as escolas cívico-militares voltou para a pauta neste mês, após o Governo Federal anunciar que não dará continuidade ao programa. Em Sant’Ana do Livramento, que conta com o modelo na escola municipal João Souto Duarte, não foi diferente. Para o professor Eduardo, que dá aula de matemática no educandário, “quando pensamos no que uma escola representa, não devemos limitar nosso pensamento a um local onde os alunos vão apenas para aprender teorias”. Para ele, uma escola deve estar inserida no contexto de sua comunidade, conhecer a situação de seus alunos e dar o apoio necessário a eles e suas famílias, dentro de suas competências.
Quanto à Escola Cívico-Militar, o professor disse que o modelo veio somar esforços para que a missão de educar e preparar esses alunos para o futuro se fortaleça. “O Projeto da Escola-Cívico Militar, ainda é algo que está em seus passos iniciais, mas sem dúvida, já mostra resultados bastante significativos. O apoio da comunidade é amplo e a aprovação dos pais dos estudantes, que é a opinião que realmente importa, é massiva. Os valores instituídos no contexto diário da escola, como responsabilidade, solidariedade e civismo, são visíveis em seus alunos. O respeito às diferenças e a inclusão, também é uma característica que define a escola, alunos incluídos são recebidos com carinho e amizade, pois cuidar uns dos outros é uma marca registrada dos alunos da ECIM. Uma Escola Cívico-Militar, ao contrário do que muitos pensam, vai muito além de cantar o hino nacional, é um lugar onde os alunos desenvolvem o aprendizado, o caráter e a cidadania. É claro que ainda existe muito a ser feito, são os primeiros passos de uma caminhada em que o objetivo é proporcionar aos jovens uma educação de qualidade e servir a comunidade”, opinou.
Já a diretora da escola, Fátima da Rosa, disse que a comunidade da Escola Municipal Cívico-Militar de Ensino Fundamental Prefeito João Souto Duarte recebeu com muita tristeza e insatisfação a atitude tomada pelo Governo Federal. “Ao longo deste pouco de implantação do Programa da Escola Cívico-Militar em nosso educandário foi possível percebermos o crescimento gradual de alunos matriculados desde o Jardim A até os anos finais do Ensino Fundamental. Nos últimos dias percebemos uma grande inquietação dos pais, alunos e profissionais da escola quanto à determinação do final do Acordo de Cooperação. Os pais que ali deixam seus filhos demonstram grande receio quanto à motivação deles em relação aos estudos. Percebe-se a alegria, a dedicação, a solidariedade e o espírito de grupo de nossas crianças e adolescentes, assim como a confiança dos pais no trabalho que vem sendo realizado. Vamos lutar até o fim para que o direito de nossos educandos e de tantos outros pelo Brasil seja respeitado tendo em vista que vivemos em um país democrático onde as diferenças devem ser respeitadas”, contou.
Como mãe de três alunos da Escola Cívico-Militar João Souto Duarte, sendo um deles portador de TEA, Divany M. da Rosa Barbosa, que é Psicóloga e servidora pública estadual, manifestou que são visíveis os benefícios da implantação do PECIM no estabelecimento de ensino, o qual, com o abnegado e qualificado trabalho dos militares da reserva, tem demonstrado nítida melhora na qualidade da educação e, principalmente, na disciplina dos alunos e, ainda, na segurança do educandário. “É notória a adaptação das crianças ao modelo estabelecido, assim como evidente o fortalecimento dos valores cívicos e patrióticos dos alunos, sendo a ruptura do atual modelo certamente medida que trará resultados negativos e traumáticos à comunidade escolar”, comentou a mãe.
A aluna Eduarda Maciel, do 8ª ano, disse que a Escola é sua segunda casa. Ela relatou que o educandário é também um ambiente muito seguro. “A presença dos militares garante um clima de tranquilidade, respeito e ordem, o que me faz sentir protegida e confiante para me dedicar aos estudos. Além disso, o apoio dos professores e da equipe diretiva é fundamental. Eles estão sempre dispostos a ajudar”, comentou.
Eduarda comentou ainda, que a ECIM lhe ensinou a importância do patriotismo. “Participar de momentos cívicos, como hasteamento da bandeira, o canto do hino e os eventos, além de estudar a história do meu país, me faz sentir orgulho de ser brasileira e desperta em mim o desejo de construir um futuro melhor para o meu país”, finalizou.

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