Diante disto, as forças de segurança precisam dar uma resposta à sociedade que mora nessas localidades rurais, e é justamente isto que Brigada Militar, a Polícia Civil e a Policia de Rivera têm procurado fazer por meio de ações conjuntas e de um trabalho integrado na fronteira do Brasil e do Uruguai. São mais de 200 km de fronteira seca e de linha divisória que apresentam muitos desafios em relação aos crimes chamados “transfronteiriços”.
Neste sentido, a troca de informação e a cooperação das polícias é fundamental para o combate efetivo desses crimes e a repressão ao abigeato. A reportagem do Jornal A Plateia conversou com os policiais que fazem parte diretamente do combate efetivo no campo para entender como funciona este trabalho aqui na Fronteira da Paz.
Segundo o Sargento Falcão, policial que atua na Patrulha Rural do 2º RPMon, sem essa integração seria muito difícil o controle e a repressão ao abigeato. “Acho muito interessante este trabalho de integração nossa, com a Polícia Civil e com a Policia de Rivera, para que a gente possa fazer um policiamento ostensivo mais eficaz. Pois como todo mundo sabe a nossa região é bastante atípica onde nós somos o segundo maior município em extensão territorial do estado”.
Para o Comissário Claudio Gomes, chefe departamental do (BEPRA) Brigada De Seguridad Rural de Rivera: “O trabalho em conjunto nesta zona de fronteira é fundamental na procura pelo bem comum, que é o bem da sociedade. Aqui se atua sempre que necessário com o apoio da Brigada Militar e da Polícia Civil, como também com outras forças de segurança brasileiras no combate ao delito do abigeato nesta zona de fronteira seca. Nós respeitamos e trabalhamos aqui”, disse.
O escrivão de polícia Paulo Roberto Machado de Castro, que faz parte do Núcleo de Combate Especializado aos crimes rurais e abigeato da 12ª Delegacia de Polícia Civil do Interior com sede em Sant’Ana do Livramento, destaca que a eficácia na troca de informações possibilita uma resposta melhor no trabalho de investigação. “Dentro do quadro da segurança pública, o nosso núcleo busca ter essa integração com a Patrulha Rural e com o BEPRA, repassando informações em um grupo de comunicação que nós temos. Onde nós pegamos a ocorrência e vamos desenvolvendo, ouvindo as partes envolvidas nesses crimes com testemunhas e buscando elucidar os delitos vinculados à área rural. Que não é só o furto abigeato em si, mas todos os tipos de crimes envolvidos nestas áreas. Então, a integração para nós tem uma grande valia na questão operacional. Dependendo da situação nós atuamos também com a Inspetoria Veterinária que nos dá suporte às ocorrências vinculadas ao transportes de animais e GTAs, por exemplo. Como a nossa região tem uma grande extensão territorial, esse trabalho integrado nos possibilita ter uma cobertura maior de área também. Então, nós solicitamos o apoio dessas forças de segurança sempre que necessário”, disse Paulo Roberto.
A Reportagem do Jornal A Plateia conversou com o presidente da Associação e Sindicato Rural de Sant’Ana do Livramento, Luis Carlos D’Áuria Nunes, que em sua fala agradeceu em nome das entidades os esforços que as polícias brasileira e uruguaia estão tendo no combate a esses crimes rurais, sobretudo ao abigeato. “Gostaríamos de parabenizar a Brigada Militar, a Polícia Civil e o BEPRA em Rivera pelos resultados obtidos nos últimos anos. Temos um informativo da FARSUL que nos apresenta uma diminuição de 30% nos crimes rurais em toda a região de fronteira. E nós somos parceiros das forças de segurança, seja com a doação de equipamentos e valores para manutenção de veículos, como também na concretização do produtor sobre a importância do registro de ocorrência.