sex, 6 de setembro de 2024

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Variedades Digital | 31 e 01.09.24
Aplateia Digital | 31 e 01.09.24

Última Edição

Nostalgia tem hora. Será?

Buenas!
Vocês têm um monte de CD em casa? E discos, ainda guarda alguns ou deixou na casa dos teus pais? Como está a poeira por sobre eles? E DVDs – não adianta negar, tenho certeza que ainda tem vários –, ao menos assiste vez ou outra os preferidos? Aposto que, nalgum recôndito e escuro armário, esquecido nas curvas do tempo, há uma infinidade de fitas VHS, aquela com a tua formatura, não negue! Fitas-cassete também? Agora te superaste…
Eu? Que tem eu? Eu… Está bem, confesso! Tenho tudo isso esparramado em meu apartamento, por entre livros e cacarecos acumulados em viagens, e os livros são todos de papel! E não é só isso, dia desses fui surpreendido por uma caixa com disquetes, daqueles pequenos e também dos grandes, quadrados!
Admito, sou um nostálgico, mas não me jogue pedras, ok? Para alívio pessoal, a nostalgia que redunda em leve acumulação – eu disse leve! – ainda não foi caracterizada como crime, tão-somente, distração saudosista para quem nasceu no século passado…
Sei que tudo está na nuvem, todas as músicas do mundo passando por livros. Ter coisas antigas pela casa não é algo incomum, o diferencial é ainda guardar e, principalmente, usar tudo isso. Além da limpeza, necessária para a conservação, a manutenção é imprescindível.
– Tu também tem CDs e LPs! – diz um amigo quando adentrou minha casa, dia destes.
– Sim! – respondo orgulhoso, olhando para aquelas maravilhas na prateleira.
– Tens o disco do Oingo Boingo, lançado em 1982, gravado ao vivo na concha acústica de Sidney? – pergunta o entusiasta, sorridente em seu preciosismo. – Ou o CD, ao menos?
– Não sei, faz tempo que não olho a parte internacional de minha coleção…
Vocês também fazem isso? Guardam discos antigos para ter, admirar, namorar e, vez outra, escutam de verdade? Não é só a minha vida que é bastante corrida, tenho certeza que a de meus leitores também o é. Mais ainda para aqueles que se deixam dominar pelos aparelhos celulares, as divindades contemporâneas, que nos corroem os neurônios com informação excessiva…
– E quantos livros! Deve haver centenas por aqui… – comenta aquele amigo, enquanto olha para as prateleiras multicoloridas de lombadas.
– Sim, na última contagem passavam de mil! – respondi, peito estufado, orgulhoso de meu rebanho, digo, de minha biblioteca…
– E tu leu todos? – Pronto, fez a pergunta que não se faz a ninguém que tenha livros, uma afronta!
– Não, claro que não, ultimamente ando sem tempo e, muitos, são para ler na aposentadoria…
Como fui professor por muitos anos, acumulei muitos livros importantes, li deveras. Porém – o meu eterno ponderador – não leio como antes, pois não o faço mais profissionalmente. E, fazendo outra confissão, como bom mortal, ainda mantenho certo controle, mas tenho me deixado dominar pelas telas digitais, tenham elas seis ou sessenta polegadas!
Quisera eu ser como minha amiga e outrora professora, a Beti, que lê uns dez livros por mês e faz umas duas viagens internacionais por ano, fora as trilhas mensais de dez ou mais quilômetros, tudo isso, com mais de 80 anos!
– Muito legal tuas coleções, vamos ouvir um LP?
– Não dá, estragou a agulha, tenho que encomendar uma nova.
– Então pode colocar este CD?
– Acredita que nenhum dos três aparelhos tocadores de CD está funcionando?
– Quem sabe podia colocar este documentário em DVD?
– Também não dá, não sei o que aconteceu com o aparelho Blu Ray.
– Ver o show de rock neste VHS é impossível, né?
– Tô sem aparelho faz tempo. Mas vou ligar a TV, encontro esse show no youtube rapidinho…
– Então, para que tudo isso? – Perguntou, com um olhar sincero e, ao mesmo tempo, decepcionado – Bem, é tarde, vou indo, tá na minha hora…
E se foi. Desdenhou de minha coleção, não soube valorizar o que supera o valor temporal. Vou aproveitar e ler um livro no sofá, bem tranquilo.
Peraí, lembrei que tô assistindo uma série, ela tem 22 temporadas, cada uma com 15 capítulos e, já que estou pagando assinatura por cinco streamings diferentes, acho que vou deixar para ler este livro na aposentadoria…

Instituto Unimed | RS em reconstrução

Há exatamente um ano, nosso estado sofreu a primeira grande enchente deste século e em maio deste ano novamente fomos fortemente impactados pelas chuvas. Desde então, temos caminhado juntos, enfrentando desafios e superando obstáculos. A jornada tem sido árdua, mas também repleta de momentos de união e solidariedade. Queremos expressar a nossa profunda gratidão a todos que se uniram a