As ações asiáticas abriram a semana em queda generalizada, na mesma direção dos futuros de ações dos EUA e da Europa, após o anúncio dos esforços conjuntos para proteger o sistema bancário global falharem em acalmar o nervosismo do mercado.
As primeiras leituras positivas sobre o acordo do UBS Group para comprar o Credit Suisse Group AG e os movimentos do banco central americano para aumentar a liquidez do dólar, deram lugar a um sentimento mais cauteloso à medida que as horas avançavam.
As ações ligadas ao setor financeiro caíram durante as negociações asiáticas, lideradas pelo HSBC Holdings, cujas ações caíram mais de 7% em Hong Kong devido à preocupação com as exposições de títulos relacionados ao Credit Suisse.
As referências de ações para Hong Kong, Japão e Austrália estenderam as quedas, empurrando o índice da MSCI de ações asiáticas para baixo de 1,4%. Os contratos do S&P 500 oscilaram de um ganho de 0,8% para perdas próximas a 1%.
O rendimento da dívida americana de dois anos, mais sensível à política monetária, caiu quase 20 pontos-base nesta segunda-feira, somando-se a uma queda de mais de 30 pontos-base na sexta-feira.
A queda ocorre enquanto os investidores tentam avaliar o próximo movimento do Federal Reserve em meio à maior instabilidade financeira e uma leitura mais suave do que o esperado nas expectativas de inflação na sexta-feira.
Grande parte do debate nos mercados agora está focado em saber se o Fed fará outro aumento de um quarto de ponto ou fará uma pausa em sua de 22 de março (quarta-feira). Os investidores não veem mais muitas chances de um aumento maior de meio ponto que o presidente Jerome Powell havia colocado na mesa pouco antes do surgimento de preocupações com a estabilidade financeira.
Os formuladores de políticas estão correndo para fortalecer a confiança após o colapso do Silicon Valley Bank e os problemas no Credit Suisse somados a preocupações mais amplas sobre a estabilidade financeira.
A aquisição do Credit Suisse pelo UBS, apoiada pelo governo suíco, busca lidar com as saídas de clientes e uma queda maciça nas ações e títulos do banco.
Paralelamente, o Fed e outros cinco bancos centrais anunciaram uma ação coordenada para aumentar a liquidez nos acordos de swap do dólar americano para aliviar as tensões no sistema financeiro global.
Ao lado do Banco do Canadá, do Banco da Inglaterra, do Banco do Japão, do Banco Central Europeu e do Banco Nacional da Suíça – o FED deve aumentar a frequência das operações de linha de swap de dólar. A partir desta segunda-feira, os bancos centrais iniciarão operações diárias. Antes, as operações ocorriam de forma semanal.
As linhas de swap permitem que outros bancos centrais peguem emprestados dólares do Fed em troca de suas próprias moedas locais. Os bancos centrais estrangeiros podem então fornecer dólares localmente para aliviar quaisquer tensões. A mudança continuará pelo menos até o fim de abril, disse o Fed em seu comunicado.
Por aqui, a nova reunião da cúpula do governo sobre a regra fiscal que substituirá o teto de gastos deve ficar para 3ª feira (21). Houve uma 1ª conversa no Palácio do Planalto na 6ª feira (17), e a expectativa era que nova rodada de discussão fosse realizada nesta 2ª feira (20), durante ou depois de reunião da Junta de Execução Orçamentária.
De acordo com o portal Poder360, agora, é provável que o assunto a ocupar esse espaço seja o crédito consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Bancos suspenderam os empréstimos depois de o Ministério da Previdência baixar o teto de juros dessas operações.