Buenas!
Já que o assunto de muita gente nesta semana foram as escolhas do Oscar, resolvi adentrar o assunto, afinal, muita gente assistiu os filmes nos streamings, outro tanto não teve oportunidade, mas o interesse foi despertado pelos comentários pós premiação. Eu assisti alguns dos indicados, dentre eles, o vencedor, e quero tecer comentários.
Dentre os indicados, há blockbusters como “Maverick”, estrelado por Tom Cruise, e o grande vencedor, “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”. Assistiram? Recomendo ambos, apesar de serem bem diferentes um do outro.
No primeiro, os jatos americanos explodiram tudo que viam pela frente, pousando em gigantescos porta-aviões. A película manteve, quase trinta anos depois, a pegada aventuresca, muito devido ao sorriso cativante do astro sexagenário que parece não ter quarenta – dizem que ele fez algum pacto demoníaco ou come placentas de virgens albinas para manter-se eternamente jovem, vá saber! Apesar disso, levaram só uma estatueta, de melhor som.
Já o “Tudo em todo lugar…” arrebatou sete das cobiçadas estatuetas. O filme é, com toda a certeza, polêmico. E muito divertido! Mas seria merecedor de tantas estatuetas? Aí a conversa fica um pouco mais técnica e, para tanto, vou ter de apelar para as décadas de treinamento ótico que moldaram as minhas retinas já tão cansadas. E foi muita exposição visual, garanto-lhes!
O filme traz uma bela mensagem envolvendo o relacionamento entre mãe e filha de uma família de imigrantes chineses. Porém, usou de tantos efeitos e elucubrações criativas para apresentar isso, que acabou por tornar o filme divagante em excesso, na opinião de muitas pessoas. Já outras acharam a extravagância lúdica o seu melhor. Explorou os multiversos, como faz a rainha dos blockbusters, a Marvel, exigindo grande criatividade interpretativa de seus atores. Tanto, que os três principais ganharam o Oscar.
Para mim, o mais justo, foi o de ator coadjuvante. Ke Huy Quan merecia desde sua primeira aparição, lembram dele? Ele era o menino com chapéu de beisebol no filme “Indiana Jones e o Templo da Perdição”, de 1984. Aliás, que baita filme! Tinha correria, tiro, explosão, magia negra e atores carismáticos. É um dos meus filmes basilares!
Falando nisso, quais são os seus filmes formadores? Não digo somente os que ganharam Oscar, mas pode incluir alguns deles. Os meus, além de “Guerra nas estrelas” – hoje uma franquia interminável na mão da Disney – e o primeiro “Alien”, os meus preferidos ganharam diversos Oscars: “Forrest Gump”, de 1994, e “Coração Valente”, 1995.
O primeiro ganhou o Oscar de melhor filme e ator, isso que tinha como concorrentes o fascinante “Pulp Fiction”, “Quatro casamentos e um funeral” e o inesquecível “Um sonho de Liberdade”. Já o segundo ganhou o Oscar de melhor filme e direção, mesmo tendo concorrentes do quilate de “Razão e Sensibilidade”, o belíssimo “O carteiro e o Poeta” e o impactante “Apollo 13”.
Aposto um ingresso de cinema, com direito a um pacote grande de pipoca doce e salgada, além de um copo de refri cheio de gelo, que todos os meus leitores, se não viram os oito filmes acima, conhecem a história destes filmes emblemáticos.
Só seria diferente se tivessem menos de trinta anos e não tivessem idade ou certidão de nascimento para os assistir no telão. Ou, ainda, não se dispuseram a pesquisar nas redes de streaming de hoje por falta de indicação. Agora as tem, logo, não há desculpas para não os assistir! Mas, antes, terminem de ler minha análise cinematográfica criteriosa.
Caso correspondam a este último povo, reforço, assistam a todos eles. Eu disse: todos! Não há como se arrepender, são filmes que entraram para a história do cinema ocidental. Já o vencedor do Oscar deste ano e seus pares, duvido muito que serão lembrados no ano que vem.
Na atualidade, vejo que muitos filmes andam praticando a política do diferente e descartável. Não sei se estou ficando velho – é bem possível – ou minhas referências – como as que me levaram ao cinema nos anos 1990 – estão me tornando um pouco mais exigentes.
Como já disse, o vencedor deste ano é muito engraçado. As cenas de sexo com dedos de salsicha, de tão absurda, é hilária. Sem contar a ironia no receptáculo de todo o conhecimento do mundo: uma rosquinha, uma instituição norte-americana que se espalha mundo afora.
O humor escrachado tem seu valor, que podem ser contabilizadas em muitas risadas e em pipocas, mesmo aquelas feitas em casa. Porém – o meu velho e indefectível porém –, o filme não faz jus aos seus predecessores, ele não arrasta multidões e está longe de ser um filme cult.
Em tempos de streaming, tenho a impressão de que a produção está um tanto acelerada, muita quantidade não quer dizer seleção criteriosa. Não que nos idos do século passado não tivéssemos filmes questionáveis, mas, certamente, tínhamos mais filmes memoráveis…
Entretanto, apesar das várias tentativas exercidas por filmes questionáveis, não conseguirão me tirar da fila do cinema ou minhas nádegas do sofá semanalmente. Se o filme não for o diferencial, teremos sempre as pipocas, as pipocas…