O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) divulgou uma nota, neste sábado (11), sobre a situação da saúde pública em Sant’Ana do Livramento.
O Sindicato disse que respeita a decisão judicial apresentada nessa sexta-feira e que determina a retomada imediata dos serviços de urgência e emergência na Santa Casa de Misericórdia .
“Ao mesmo tempo, a entidade médica entende que o rigor da lei está recaindo, agudamente, sobre apenas uma categoria, que, há vários anos, convive com reiterados atrasos de pagamento por serviços prestados e absoluta falta de perspectiva”, complementa a nota.
O Simers reforçou que, por todo esse tempo, os profissionais tentaram de todas as formas resolver a situação, com envolvimento e diálogo permanente com a Prefeitura, Câmara de Vereadores, Judiciário, Ministério Público e hospital. “Entretanto, poucos meses após acordo firmado no Judiciário entre os médicos, o hospital e Prefeitura, com mediação do Ministério Público, os atrasos nos pagamentos voltam a se repetir e, novamente, os profissionais são compelidos a trabalhar sem a devida remuneração”.
A nota ainda relembra que mesmo no auge da pandemia da Covid-19, os médicos mantiveram o atendimento à população. “A comunidade santanense reconhece o trabalho dedicado dos médicos. Com todas as adversidades, eles honram o seu juramento, que, para além das questões legais, é humanitário. Todavia, como qualquer trabalhador, deve ser assegurado aos profissionais o pontual pagamento pelos serviços prestados, para que possam ver honrados seus compromissos com pontualidade”, diz trecho.
A divulgação diz que é importante contextualizar que não se trata de um movimento isolado, mas de uma resposta à insegurança permanente sobre as condições de trabalho. “Se hoje ela afeta os médicos, amanhã poderá prejudicar outras categorias essenciais ao bom atendimento de saúde em Sant’Ana do Livramento”, alerta.
O Sindicato Médico ainda diz que além dos honorários em atraso, faltam outras mínimas condições para a manutenção da qualidade no atendimento, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Para avançar, é necessário equilíbrio, bom senso e justiça. Um serviço de saúde de excelência, cujo objeto são as vidas, que merecem ser preservadas, não se faz apenas com equipamentos e insumos, se faz com gestão e o primordial elemento humano, representado pelos médicos e demais profissionais da área da saúde […] Ainda que o Estado Brasileiro, em sua soberania, preveja e assegure o amplo acesso à Saúde (“a saúde é um direito de todos e dever do Estado”), em Sant’Ana do Livramento parece que tal obrigação é apenas dos médicos, que necessitam continuar prestando serviços mesmo sem a devida remuneração. Entretanto, mesmo com todos os obstáculos, incertezas e atrasos, os médicos estão garantindo esse direito à população”, diz outro trecho.
O Simers afirma que continuará buscando o diálogo e moderação entre todas as partes envolvidas, na esperança de iluminar a visão e a consciência dos gestores e legisladores para a construção de relações dignas de trabalho para toda a categoria médica.
“Enfim, esperamos que, o mais breve possível, os médicos sejam devidamente remunerados por todo o seu esforço, dedicação e senso de coletividade”, finalizou a nota.