Mais uma vez, as cirurgias eletivas podem ser paralisadas em Sant’Ana do Livramento. Isso porque, segundo vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), os médicos estão há cinco dias com seus salários atrasados.
“É uma patologia crônica da cidade o fato de que os médicos, apesar de terem uma decisão judicial que garante que vão receber aquilo que trabalharam até o dia 25, já temos um atraso de cinco dias, sem a garantia absoluta do repasse do valor adequado pelo trabalho executado”, explicou Marcelo.
O vice-presidente do Simers destacou, que a situação poderia ter sido evitada, caso o Poder Legislativo do município não demorasse dois meses para votar um projeto de lei que autoriza um repasse de R$ 730 mil da Prefeitura para o hospital.
“A informação que nós temos é que parte deste atraso, desta vez, tem uma participação da Câmara de Vereadores. Parece ter um recurso que está trancado na Câmara de Vereadores, que poderia fazer o pagamento […] infelizmente nós temos um atraso, ao que nos conste, por uma ação de um vereador da cidade”, contou.
Marcelo Matias comentou em entrevista à Rádio RCC FM a informação que o Simers recebeu sobre a situação. “Chegou de informação para nós que um vereador fica de alguma forma obstaculizando o repasse”, contou.
De acordo com o site da Câmara, o projeto foi “entregue ao vereador Carlos Enrique Civeira (PDT) para ciência da documentação juntada”, desde o dia 25 de janeiro. Nesta terça-feira (31), o prazo de tramitação do projeto se encerra e o presidente do Legislativo, vereador Maurício Galo Del Fabro (Progressistas), deverá requisitar a matéria para colocá-la em votação e garantir o repasse ao hospital.
De acordo com a diretora da Santa Casa, Leda Marisa, a falta desse repasse desencadeou em sucessivos atrasos nas obrigações do hospital. “Quando esse valor foi solicitado ao Executivo, e logo destinado, tinha por finalidade custear o hospital nos seus materiais e insumos regulares. Porém, o atraso fez que destinássemos outros recursos para manter o hospital. Tanto, que por último faltou condição financeira para pagar os profissionais médicos. Fomos compelidos a fazer um remanejo financeiro para manter o hospital a época, que ensejou a situação presente”, relatou.