Com aproximadamente 400 animais escritos, tanto nas provas de julgamentos quanto para o Remate Geral de todas as raças que ocorre neste sábado (07), a 45ª Edição da Exposição-Feira de Sant’Ana do Livramento encerra neste domingo (08) com uma perspectiva de bons negócios, embora o momento seja um pouco desfavorável à cadeia produtiva da ovelha. Com um mercado em busca de lãs cada vez mais finas e comercialização da carne ovina estacionada nos grandes centros consumidores, o momento é de se investir em genética e equilíbrio em busca de animais melhoradores nos dois principaisprodutos ovinos: lã e carne.Embora o momento não seja tão favorável, o presidente da Associação e Sindicato Rural de Livramento, Luiz Carlos D’Auria Nunes, se mantém otimista por conta do trabalho já conhecido dos cabanheiros e expositores do município que produzem animais diferenciados e com genética superior. “Há uma expectativa muito interessante porque se ultrapassou o número de animais que nós esperávamos que eram de 300 exemplares. E o momento em baixa é passageiro e não impede os produtores e cabanheiros de seguirem produzindo animais de ponta. Além da questão de mercado, temos também o fator climático. Viemos de três anos seguidos de seca, mas não podemos parar porque a economia tem que seguir girando. Esperamos ter bons resultados”, afirmou. O faturamento esperado para este ano é de cerca de R$ 800 mil, em 2022 foi de R$ 1,2 milhão. Já o vice-presidente do Sindicato Rural de Livramento, Jair Menezes, destaca que a ovinocultura vem atravessando um momento de definição entre as raças produtoras de lã ou produtoras de carne. “Neste sentido, surge no meio delas uma raça doble propósito com lã fina e carne de extrema qualidade, o Dohne Merino. Nosso munícipio possui uma criação muito expressiva de animais produtores de lãs, então este é o momento, quem sabe de o produtor investir nessas raças de duplo propósito. E a nossa feira é uma grande oportunidade para se escolher bons animais das nossas cabanhas e levar essa genética para dentro das suas propriedades”, destaca Menezes. O técnico da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO) e jurado de admissão dos animais na feira, Luiz Walter Leal Ribeiro, diz que na questão da lã é preciso uma busca para qualificar o produto. “Essa valorização que se busca, passa pela tosquia tally-hi, pelo acondicionamento da lã com certificação pela Associação, para que assim a gente possa agregar valor a esse produto que é a lã fina, assim como temos um valor agregado nos cortes das raças produtoras de carne. Neste sentido, nós temos que trabalhar para a consolidação de um mercado mais firme para a carne. Hoje estamos em uma encruzilhada, não temos colocação para os cordeiros e ovelhas de descarte por questões mercadológicas. Nós estamos distantes dos centros consumidores e precisamos buscar algum mercado para esse produto da ovinocultura. Vejo que a Feira é uma ótima oportunidade de agregar genética aos rebanhos porque os
animais que vêm são muito bons”, comenta o médico veterinário.
Neste sábado, acontece das 09h às 12h, o julgamento de classificação de todas as raças Emater. Às 16h, amostra de cabanheiro mirim; às 19h30 será inaugurada uma nova placa da Arco no Monumento da Ovelha, que evidencia o município como Capital Nacional da Lã; e às 20 horas Remate Geral de todas as raças. No domingo (08), o encerramento com a saída dos animais.