As ações asiáticas iniciaram a semana em queda (exceção ao índice Nikkei, no Japão), mesma direção dos futuros em Wall Street, que operam em leve queda, muito próximos da estabilidade, em meio à preocupação de que a China possa apertar as restrições sobre a Covid-19 após uma série de mortes relatadas, com os investidores buscando refúgio nos títulos do Tesouro e no dólar.
As ações de Hong Kong lideraram as quedas no continente asiático. O índice Hang Seng chegou a cair até 3,4% ao longo da sessão.
Como consequência, o dólar vai subindo contra suas contrapartes do G10 e entre moedas de mercados emergentes. Os títulos do Tesouro americano também se elevaram ao longo da curva. Já o petróleo segue em queda (-0,52%) com a preocupação de uma perspectiva de demanda enfraquecida da China.
Os chineses viram sua primeira morte relacionada à Covid-19 em quase seis meses neste sábado e outros dois óbitos foram relatados no domingo. O agravamento dos surtos em todo o país está alimentando preocupações de que as autoridades possam novamente recorrer a restrições severas para minimizar o número de mortos, embora recentemente tenham pedido uma quarentena mais flexível e regras de testagem em massa.
Uma cidade perto de Pequim, utilizada como “case” de teste para o fim das restrições ao coronavírus, suspendeu escolas, fechou suas universidades e pediu aos residentes que ficassem em casa por cinco dias.
Olhando além da Ásia, os investidores nesta semana também estarão olhando para as atas da mais recente reunião de política do Federal Reserve (Quarta-feira) para obter mais pistas sobre o curso dos aumentos de juros, além do feriado de Ação de Graças nos EUA, na quinta-feira.
Por aqui, em áudio enviado neste domingo a um grupo de amigos e vazado à imprensa, o ministro do TCU Augusto Nardes faz uma análise da conjuntura política e diz que “está acontecendo um movimento muito forte nas casernas”.
“Acho que é questão de horas, dias. No máximo, uma semana ou duas, ou talvez menos do que isso, que vai acontecer um desenlace bastante forte na nação.” Segundo ele, o resultado é imprevisível.
“Demoramos, mas felizmente acordamos. O que vai acontecer agora? (…) Vamos perder? Sim, vamos perder alguma coisa, mas a situação para o futuro da nação poderá se desencadear de forma positiva.”
Nardes também comenta sobre o impeachment de Dilma Rousseff. Ao se referir aos petistas, diz que o processo “desmontou de certa forma essas estruturas que eles conseguiram remontar agora baseado na estrutura que tinha já ficado, que foi muito longa”. O TCU teria encontrado R$ 340 bilhões em irregularidades.
“E tudo se mostra que vai acontecer novamente. Tudo muito nebuloso em relação ao futuro do país (…) Nunca aceitaram o diálogo, eles foram para um confronto. E agora é um confronto decisivo. Eles vão vir para um confronto que nós todos sabemos quais são as consequências.”
Nardes, que se tornou bem próximo de Jair Bolsonaro, fala também da erisipela do presidente e diz que ele “não está bem”, mas espera ter “condições de enfrentar o que irá acontecer”. Na avaliação feita pelo ministro no áudio, o único jeito de evitar o movimento é a “capitulação por parte de alguns integrantes importantes”.
“Eu não posso falar muito. Sim, tenho muitas informações, queria passar para ti, para o teu time do agro, que eu conheço todos os líderes”, diz o ministro. Questionado por amigos, Nardes disse que apenas estava manifestando sua preocupação com o cenário.
Ao portal “O Antagonista”, ele negou apoiar um golpe militar. “Não existe da minha parte intenção nenhuma e nem poder para golpe.”