qua, 8 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 04 e 05.01.25

O mineiro é solidário ou não?

Nelson Rodrigues sendo entrevistado por Otto Lara Resende

Buenas!

 

    Por circunstâncias profissionais, precisei viajar até Minas Gerais. Fiquei menos de uma semana, mas o deslocamento já tem seu valor. Melhor ainda se for bem acolhido pelos amigos e colegas, que me obrigam a comer queijo e muito pão de queijo na fonte, feijão tropeiro feito em panela de ferro, além de amargar muitas horas noturnas em um dos milhares de bares da cidade, jogar conversa fora, bebericar uma cachaça de alambique, dentre outras farturas. Foi um verdadeiro sacrifício, serei repreendido pela balança, mas só ao aterrar. E tem gente que diz que o mineiro não é solidário!

    Não sei vocês, mas eu, como gaúcho e missioneiro que sou, sinto-me muito bem nas terras semi-montanhosas da região sudeste do país. Além da mesa farta, o clima é ameno a maior parte do ano. E, para aproximar mais ainda um povo do outro, há o clubismo fanático e antagônico, similar em circustâncias às terras sulistas.

Em Minas, o Cruzeiro está renascendo das cinzas, assim como o time que joga nos pagos sulistas envergando camiseta azul. Ambos amargaram a segunda divisão, mas estão de retorno no próximo ano. Já os outros dois grandiosos times, o Atlético, também conhecido como Galo Mineiro, e o Internacional, também conhecido como Colorado, singram um caminho valoroso na série A do campeonato brasileiro! Juro que tentei, mas não consegui ser isento nesta seara, imitando os mineiros que, como nós, também cultivam uma competição ferrenha!

Do mesmo modo que fazemos aqui no sul, eles também vivem em provocação, mas convivem como se deve: brincando e se divertindo, apoiando seus times, apesar de algumas exceções, que não merecem crédito muito menos espaço nesta coluna. 

Lembrança merece, isso sim, a frase antológica que inspirou o título acima: “O mineiro só é solidário no câncer” e suas motivações. O mineiro Otto Lara Resende, segundo acusa o pernambucano radicado no Rio, Nelson Rodrigues, proferiu esta frase lapidar. Nelson, raposa das palavras, utilizou-a como mote para escrever uma de suas mais famosas peças de teatro: “Otto Lara Resende ou bonitinha, mas ordinária”, que ficou conhecida pela segunda parte do título, após fazer sucesso no cinema, onde ganhou duas versões.

O primeiro filme foi estrelado por Odete Lara e Jece Valadão, em 1963, e o segundo, de 1981, por Lucélia Santos, José Wilker e Vera Fischer. Só pela constelação de astros vocês deveriam largar a leitura de minhas prosaicas palavras e procurar essas preciosidades para assistir. Melhor, termine a leitura primeiro, aí sim, busquem os dois filmes, sentem no sofá, e degustem os clássicos, verdadeiros marcos na cinematografia brasileira.

Quem assistiu, não esquece da cena com a personagem de Lucélia Santos no ferro velho. É o suprassumo da pornochanchada brasileira, nada a supera em minha nem tão modesta opinião. Caso haja alguém novo o suficiente para não conhecer o termo acima, recomendo com maior ênfase assistirem, ao menos, o filme mais recente.

Mas falava dos mineiros, dentre eles, Otto Lara. Foi um cronista de renome nacional, da época em que os jornais eram buscados para colhermos opiniões, inclusive as divergentes, muito diferente de hoje, em que somos abalroados diariamente por opiniões tão enfáticas quanto um caminhão sem freio descendo uma lomba em dia de chuva.

Ele e Nelson fizeram carreira nos grandes jornais do Rio de Janeiro, quando esta cidade era a capital cultural do país. Todos que queriam fazer sucesso nacional precisavam lá estar. Foram frasistas diferenciados, como poucos houve no Brasil. E a frase que dá título à peça de teatro de Nelson quase que acusa o mineiro de não ser solidário. Será?
    A peça tem como temática central um dilema existencial: um homem pode ser comprado ou sua moral não se vende? Questionamento shakespereano, dizem os críticos, um Hamlet suburbano, diria eu. Sem entregar o final, fica aqui o dilema, mais do que pertinente nos dias atuais. 

Vivemos momentos tensos devido ao processo eleitoral, assim como na peça britânica e na peça carioca. Parentes não se falam e poucos se perguntam se estão a fazer o certo. Vivemos tempos de certezas absolutas, dúvidas não vicejam, como se sal fosse jogado diariamente em nosso jardim. 

Assim como nossa alma e vontade, nenhum de nós deveria ser comprado, como alguns querem fazer com o voto. Empresários ameaçam demitir funcionários que não votarem em seu candidato, prática tão surreal quanto arcaica. Por isso não há comprovante do voto, para que seja garantido o sigilo dos botões que apertamos na hora em que exercemos nosso dever cívico.

Reitero, a acolhida que recebi, permeada de carinho e simpatia dos nativos destes pagos, digo, destas terras em que o café e o pão de queijo são o cartão de visitas, comprova que, mesmo com opiniões políticas diferentes, há espaço para diálogo, melhor ainda se for num dos tantos botecos, tomando uma cerveja ou mais cervejas. 

Afinal, apesar da alma ser de ferro, como diria Drummond, o mineiro tem o coração tão macio quanto uma boa fatia de queijo canastra por curar…

Inicia nueva campaña de vacunación contra el COVID-19

La inmunización será con la vacuna de Pfizer y tendrá como objetivo a los grupos de riesgo El Ministerio de salud Pública (MSP) comenzará el lunes 13 de enero una nueva instancia de vacunación contra el SARS-CoV-2, virus causante de la enfermedad covid-19, que desatara una pandemia en el comienzo de la corriente década. El fármaco utilizado será el Comirnaty

Hombre de 47 años de edad es buscado en Rivera

Las autoridades policiales una vez más solicitan la colaboración de la población en general, en esta oportunidad para poder dar con el paradero de un hombre de 47 años que desde principio de año falta de su hogar. Según información periodística que posee A Plateia en español, la persona buscada es, Luis Antonio Miranda Fleitas, quien falta de su casa