O vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, afirmou, nessa sexta-feira (23), que o sindicato deve entrar na Justiça para derrubar a liminar que obriga os profissionais médicos a trabalharem sob regime de escalas de plantão, mediante remuneração, na Santa Casa de Misericórdia.
Segundo o médico, o sindicato quer que a liminar seja cumprida, no entanto, segundo ele, os atrasos estão ocorrendo. “Na ausência do pagamento, cai a liminar, caindo a liminar, os médicos passam a ter direito, que é constitucional, de ir e vir, e cumprir a sua profissão com liberdade inclusive, não exercendo-a, em caso de inconformidade com a qual a gestão está sendo feita”, afirmou.
Procurada, a diretora da Santa Casa Leda Marisa disse que reconhece a existência de um atraso histórico no pagamento dos seus profissionais, mas que o compromisso da instituição é de pagamento das parcelas até o 25º dia útil. “Tanto que no mês passado, o Simers nos acusou de atraso no dia 23 e hoje, coincidentemente também, na mesma data. Estamos providenciando isso (os pagamentos). Estamos pedindo aos médicos que emitam os recibos relativos ao mês de agosto e das parcelas”, garantiu.
O vice-presidente do Simers, por sua vez, explicou que sempre há espaço para a negociação. “Entretanto, quando a gente vai para uma negociação, é fundamental que a gente tenha a possibilidade de cedência dos dois lados. Quando a gente vai para uma negociação e não há qualquer possibilidade de cedência do ponto de vista do gestor, não é uma negociação, é uma imposição”, complementou.
Para contrapor, Leda destacou que a fonte de renda é pública e enfrenta problemas. “A gente sabe que nunca será no ritmo que o Simers nos exige porque a Santa Casa depende das fontes de recursos públicos que remuneram o SUS, que é 95% dos serviços do nosso hospital”.
Segundo Leda, os salários foram pagos no final da tarde desta sexta-feira (23).