Pioneiro na busca da Chama Crioula, com 82 anos de idade, Barreto segue firme com seu propósito de levar o conhecimento das lidas do campo e da cultura gaúcha para as gerações mais novas. Ao longo de sua vida, Antônio Carlos foi caminhoneiro e taxista, até o momento em que resolveu abrir o famoso ‘Bar do Barreto’, na Praça Artigas. Local, onde por 44 anos foi ponto de encontro dos tradicionalistas da Fronteira da Paz, sobretudo durante a Semana Farroupilha, porém a partir deste ano o pessoal está se dividindo, uns acompanharam o Gaúcho Barreto em seu novo endereço à rua Marília Chaves Peixoto e outros continuaram a se encontrar na Praça Artigas.
“Quando deixei as estâncias, nunca abandonei um par de arreios e um cavalo. Abri o bar com o apoio dos amigos fazendeiros e de seus filhos e, hoje, fico aqui ensinando a gurizada mais nova. Não podemos deixar eles por aí, sendo que há muitas coisas sobre tradicionalismo para ensinar”, relatou o gaúcho.
Dentre tantas histórias de vida, Barreto enumera as tantas vezes que teve a oportunidade de trazer a Sant’Ana do Livramento a Chama Crioula. “A primeira chama que nós trouxemos veio do Ibicuí da Armada, e desde então, estou há 40 anos acompanhando a Chama, fazia de tudo durante o trajeto: eu cozinhava, cavalgava e lavava roupa”.
Apaixonado pela tradição, o gaúcho Barreto se emociona ao falar da importância de viver a cultura e passar adiante os ensinamentos vividos desde a infância e deixa para os jovens o pedido para que o tradicionalismo siga se perpetuando.
“Vamos cultivar, vamos pregar a cultura, quem não souber que procure os mais velhos, que nós vamos ensinar, vamos ajudar vocês. Não deixem a tradição morrer, não larguem o homem de bombacha atirado lá no campo, preservem, procurem quem tem história antiga para contar, eles vão botar vocês no caminho certo. Vivam a cultura, sem cultura não há tradicionalismo”, encerrou o Gaúcho emocionado.
Debora Castro