Esta semana cumpro mais um roteiro pelo interior do Rio Grande do Sul para cumprir compromissos profissionais. Desde junho já estive em Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul, Erechim, Santo Ângelo, Frederico Westphalen e Pelotas. Ainda em agosto, para completar o roteiro, estarei em Santa Maria e Sant’Anna do Livramento.
Alguns amigos perguntam sobre o possível cansaço de palmilhar o Estado por rodovias muitas vezes repletas de buracos, ondulações e imperfeições com risco permanentes. A estes repito que sentia saudades destas incursões, uma rotina comum nos tempos como repórter de rádio e jornal e de assessor político. Além de espairecer e respirar novos ares, esta agenda permite conhecer em detalhes as realidades muito diferentes de acordo com a região em que se localizam os municípios.
“Há vários Estados dentro do mesmo Rio Grande” vai além de um lugar-comum que, em parte, perdeu significado. Somos uma unidade federativa de inúmeras influências. Algumas foram trazidas por imigrantes europeus e africanos. Outras apenas “pularam a cerca” legando sotaques, linguajar e hábitos castelhanos dos “hermanos” de continente.
Depois de 40 anos de andanças é possível detectar, logo à primeira vista, o tipo de influência mais presente nas comunidades. A organização social, em algumas cidades com força determinante de clubes de serviços e associações comunitárias, reforça o poder de união da comunidade.
Noutros lugares o comércio é preponderante através da proliferação de lojas de vários portes. Os serviços também despontam com destaque em vários municípios, além daqueles onde o setor primário turbinou a economia. O agronegócio é a locomotiva gaúcha que sustenta inúmeros segmentos que geram emprego, renda e estimulam o empreendedorismo.
Mais que frequentes dores lombares por uma hérnia de disco e problemas do nervo ciático, varar o Rio Grande permite conhecer “ao vivo e a cores nuances regionais tão diferentes. No contato direto, muitas vezes deparamos com realidades bastante diferentes daquelas mostradas em vídeos ou fotos. O contato humano – somente ele! – é capaz de revelar não apenas a geografia física, mas os sotaques e personalidades únicas forjadas em cada região ao longo da história.
Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]