As ações asiáticas encerraram o dia de forma mista, enquanto os futuros de ações dos EUA operam com ganhos consistentes, refletindo a resiliência de várias empresas, que reportaram resultados acima das expectativas na temporada de balanços relativa ao 2T2022, ajudando assim a aliviar parte da tensão antes de uma importante reunião de política monetária do Federal Reserve nesta quarta-feira.
Os futuros do índice Nasdaq sobem acima de 1,5%, enquanto os futuros do S&P 500 registram altas acima de 1%, após resultados positivos de Alphabet, Microsoft e Texas Instruments. Na outra ponta, o Credit Suisse Group registrou uma perda maior do que o esperado e o Deutsche Bank alertou sobre os aumentos de seus custos operacionais. Mais de três quartos das empresas que relataram resultados até agora, superaram ou atenderam às expectativas
A quarta-feira deve confirmar um novo aumento de 75pb na taxa de juros dos EUA – parte de uma onda global de aperto monetário para conter a inflação que segue alimentando preocupações sobre uma possível desaceleração econômica mundial.
A ação projetada do Fed para combater as pressões sobre os preços deve mesmo consolidar um aumento combinado de 150 pontos-base em junho e julho – o aumento mais acentuado nas taxas desde os anos 1980, quando o então presidente Paul Volcker também teve de lidar com uma inflação altíssima.
A questão-chave é se a política monetária de Jerome Powell valida ou refuta as apostas que projetam uma taxa máxima de 3,4% no final do ano e cortes em 2023 para sustentar uma economia em risco de recessão.
O aperto monetário, os problemas energéticos da Europa em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia e os desafios do setor imobiliário e da Covid na China, seguem como triggers importantes para as perspectivas globais. O Fundo Monetário Internacional alertou que a economia mundial pode em breve mostrar sinais de estar à beira de uma recessão total.
Por aqui, a divulgação de uma Carta em Defesa da Democracia se tornou um dos principais fatos políticos da semana no Brasil por representar uma ampla união de ideologias políticas distantes umas das outras em quase tudo, mas consensuadas em apoio ao sistema eleitoral brasileiro.
Formulado por professores da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o documento recebeu o apoio de políticos de esquerda e de direita, de economistas ortodoxos e heterodoxos; de advogados lavajatistas e garantistas e até mesmo de personagens que já estiveram ligados ao governo de Jair Bolsonaro (PL).
Sem citar nomes justamente como tática para atrair uma ampla gama de apoios, a carta afirma que o Brasil “está passando por um momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”.
Entre as centenas de assinaturas que a carta já conseguiu, estão os nomes de nove ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Carlos Ayres Britto; Ellen Gracie e Sepúlveda Pertence.
Estão lá também as assinaturas de alguns dos maiores banqueiros do país, como Candido Bracher e Pedro Moreira Salles, do Itaú Unibanco; e de grandes empresários, como Guilherme Leal, da Natura, e Eduardo Vassimon, da Votorantim.