qua, 8 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 04 e 05.01.25

Assassinatos, agressões, aborto, etc: vivemos dias conturbados

Buenas!

 

Ninguém vai discordar da premissa que movimenta meus dedos por este teclado: vivemos dias conturbados! Não há como fugir dessa constatação, a não ser que a pessoa viva em uma gruta no alto de uma montanha meditando sobre o voo dos pássaros ou na beira de uma praia catarinense, colhendo frutas e pescando, longe de uma tevê ou de um celular com acesso à internet. Do contrário, é difícil ser um isentão.

Eu, cá do meu canto do sofá, não consegui outrora, muito menos hoje ser um isento, daqueles que observam o mundo empunhando tão-somente um controle remoto, fugindo de ver e me envolver com o que está posto. Nem o personagem Ricardo Reis, que Saramago resgata da obra de Fernando Pessoa, escapou. Apesar de muito relutar, entrou de cabeça no mundo explosivo pré II Grande Guerra. Lembrem que em 1936 a Europa era um barril de pólvora com o estopim aceso, governos fascistas dominavam nações como Portugal, Espanha, Itália e Alemanha… Recomendo com ênfase a leitura do romance “O ano da morte de Ricardo Reis”. Através dele, pode-se ter uma noção de como o mundo pode se complicar. Mesmo assim, não terá facilitada a degustação do noticioso contemporâneo, como o que vou resumir abaixo.

Saber que uma criança de dez anos foi estuprada me faz, cada dia mais, descrer no homem e em suas divindades. Porém, uma atrocidade destas, pode ser exceção, penso comigo, renovando o crédito à humanidade, mesmo ouvindo, do alto da sua elegância e de sua “biblioteca cara”, uma juíza querendo que essa criança não aborte a “criança” que está gerando em seu ventre minúsculo.

Não é o caso de ser a favor ou contra o aborto, que é polêmico até onde ele é permitido, como nos EUA, que mudou recentemente a lei que legalizava o aborto. Aqui no Brasil, só é preciso cumprir a lei que prevê a proteção e salvaguarda da criança abusada. A juíza questionou se a criança consultou o pai. O pai, no caso, é o indivíduo, não importando a sua idade, que abusou de uma criança de dez anos…

Poderia parar por aqui, mas não, o telejornal apresenta mais atrocidades, inclusive em gabinetes com “doutores”, como a juíza. Fora os terráqueos que citei no primeiro parágrafo, todo o Brasil assistiu aquele homem de gravata, do alto de sua covardia machista, agredindo uma mulher, no caso, a sua chefe. E por quê? Porque ela registrou uma queixa referente ao seu comportamento, vejam vocês…

Apesar de tudo ser gravado por celulares de outros colegas, o delegado não o prendeu em flagrante, acreditam? Felizmente, no dia seguinte, sua decisão foi revisada por um juiz e este homem – que não merece ser chamado de cidadão -, foi preso. Qual a punição adequada para um caso desses? Difícil mensurar, mas, tenham certeza, ele estará livre em breve. Usará dos recursos judiciais e voltará à sua vida, enquanto a mulher agredida nunca – eu disse nunca – esquecerá daquele momento em que imaginou que morreria nas mãos de um tresloucado misógino.

Bastavam essas duas notícias para ter certeza que o mundo não está no prumo, mas há o caso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillis. Eles trabalhavam para denunciar a exploração das reservas indígenas do Vale do Javari, no Amazonas. Um delegado da PF afirmou que o jornalista morreu por “estar no lugar errado com a pessoa errada”.

Como assim? Eles não poderiam circular em terras preservadas, nas quais tinham autorização da tribo que vive ali há séculos, que sobrevive da pesca artesanal, diferente da pesca predatória que os invasores querem impor? Não segundo a lei da selvageria, em que homens com armas na mão se julgam no direito de tirar a vida daqueles que pensam diferente deles…

Essa pequena lista de insanidades poderia ser bem maior, fui comedido. Poderia ter citado as brigas de torcida, as mortes em balas perdidas após trocas de tiros entre policiais ou os assaltos ao ministério da educação – que deveria ser considerado crime hediondo, passível de punição em fogueiras coletivas em praça pública. Mas fiquemos por aqui e com a pergunta: alguma das vidas ceifadas será ressarcida ou a menina que irá abortar e a mulher agredida terão sua sanidade preservada? Não precisam responder meu questionamento, foi retórica literária jogada ao vento e no papel virtual…

Para concluir, cito o “Elogio da Loucura”, não o meu, é claro, mas o publicado em 1511, por Erasmo de Rotterdam, em que ele diz, do auge de sua ironia: “Esta Loucura que estais vendo é a única capaz de alegrar os deuses e os mortais.” Faço minha última e esperançosa indagação: agiremos como divindades ou mortais que precisam ser “alegrados” por essa loucura ou, diferente do vaticínio de Erasmo, deixaremos de ser isentos e vamos viver como seres decentes?       

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