qua, 15 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 11 e 12.01.25

Selo de procedência indicará origem de carne produzida no Bioma Pampa

Primeiro abate com a marca foi realizado em Pelotas

O Estado do Rio Grande do Sul passa a contar, a partir deste mês de junho, com o Selo e marca Coletiva – Apropampa – desenvolvido pela Associação dos Produtores de Carne do Pampa Gaúcho com o apoio da Embrapa Pecuária Sul , com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e governo do Estado.
A marca foi reconhecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e valoriza os produtos cárneos oriundos do Bioma, facilitando o seu reconhecimento no mercado por parte dos consumidores. Conforme o presidente da Apropampa, Custódio Magalhães, a combinação entre a variedade de pastos naturais e cultivados, o clima, as raças taurinas e sintéticas criadas e o manejo utilizado são os grandes diferenciais que formam a singularidade da carne do Pampa.
Assim, para ter o selo, todas as etapas da produção devem se dar no Bioma, apenas com a possibilidade de abate fora do Pampa, mas ainda assim dentro do Rio Grande do Sul. “É 100% do Pampa. Os animais têm de ser nascidos e criados na região. Queremos nos comunicar com o consumidor. Para que ele enxergue o selo e reconheça o que há por trás”, explica. A Embrapa participou de todo o processo que resultou na conquista do selo, desde apoio à formação da Apropampa até estudos técnicos de delimitação da área geográfica para identificação da origem da carne. A empresa também é membro do conselho técnico regulador da associação, além de apoiar o fomento à cadeia da carne e na negociação com novos frigoríficos interessados em valorizar a proteína oriunda do Pampa.
O primeiro abate com o selo da marca coletiva foi realizado inicialmente em Pelotas. Agora, a Apropampa busca firmar parceria com frigoríficos interessados em colocar no mercado a carne com o selo da marca. Apropampa: agregação de valor à carne produzida no Bioma. A Apropampa é uma associação de produtores rurais organizada para valorizar a região do Pampa gaúcho e sua produção. O projeto abrange animais nascidos e criados na parte brasileira do Bioma Pampa, em sistemas de alimentação predominantemente com pasto, com o uso de raças majoritariamente taurinas de corte.
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Flores Cardoso, é estratégico que a Embrapa apoie todos esses processos, desde o fomento à produção sustentável até a diferenciação dos produtos no mercado, de forma auditável e certificável. “Isso fomenta o associativismo e outros processos pertinentes a essa importante diferenciação dos produtos do Pampa e a valorização e desenvolvimento sustentável deste território”, disse. Carne do Pampa alia saúde e sustentabilidade. A carne de bovinos criados livres no Pampa é mais saudável do ponto de vista nutricional. Além do importante fornecimento de nutrientes como ferro e vitaminas do complexo B, a carne desses animais apresenta maiores teores de ômega 3, se comparada aos criados em confinamento.
O Bioma Pampa é formado, basicamente, por campos naturais com rica biodiversidade de espécies vegetais e animais. Nesse cenário, há mais de dois séculos vem sendo praticada a pecuária, atividade econômica que utiliza os recursos naturais de forma sustentável, contribuindo para a manutenção do ecossistema. Estudos apontam a existência de cerca de 450 espécies de gramíneas e 150 de leguminosas, muitas delas com enorme potencial forrageiro. Pesquisas realizadas na Embrapa Pecuária Sul mostram que o uso sustentável desse ambiente campestre pode ser uma estratégia muito bem-sucedida para a produção pecuária na região.