qua, 8 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 04 e 05.01.25

Continuemos a falar da vida, sua frágil…

Buenas!

 

            Meus leitores, aquelas dezenas de curiosos e insistentes leitores, já notaram que tenho falado bastante sobre a vida, sobre o viver nestes últimos tempos. Após vemos a vida sendo ceifada por um vírus capital, comemorar e celebrar a vida é algo que devemos fazer presencialmente, mas também, por escrito. Afinal, nunca sabemos quando não teremos mais ela, a tão valiosa vida, para celebrar.

Celebrar não é fácil, pois, os problemas, as contas, os dilemas, nos afastam do bem viver. Nós, tão-somente, vivemos. Ou, usando uma palavra mais apropriada, sobrevivemos.

Não digo aqui que devemos agir como o personagem do filme “Curtindo a vida adoidado”, clássico dos anos 1980, aquele em que os jovens matam aulas e fazem de Chicago o seu parque de diversões. Lembro de assistir algumas vezes na sessão da tarde, quando tinha as tardes livres para degustar filmes repetidos, sem a opção de escolher entre 532 canais de streaming que pouco assisto pois tenho muito o que fazer…

Comprei o DVD anos atrás, queria assistir com meus filhos, na tentativa de resgatar um momento especial de minha juventude. Fazendo uso das palavras de Bentinho, “não consegui recompor nem o que foi, nem o que fui…” Meus filhos não quiseram gastar seu tempo com seu nostálgico pai. Aliás, nunca o abri. Por quê?, pergunto-me e já respondo, poupando questionamentos filosóficos. Não o assisti ainda porque posso deixar para ver outro dia. Será?

Já notaram como deixamos prazeres – não só tarefas – para amanhã? Coisas que nos são caras, algumas nostálgicas, como o filme citado acima, são proteladas ao extremo. E o fazemos pois temos “a vida toda pela frente…”, respondemos, confiantes no futuro longo e promissor. Porém — olha ele aí de novo —, nem sempre é assim. Como comentei recentemente, ninguém sabe o quanto irá perdurar. Então, por que protelamos tanto alguns prazeres ou decisões? Porque gostamos de viver iludidos, diria um desiludido cronista…

Escrevo isso pois li a notícia da morte do jornalista e escritor David Coimbra. Ele estava no sobreaviso, pois, há nove anos, foi diagnosticado com um câncer maligno, teria somente seis meses de vida. Não sei vocês, mas eu não sei como reagiria diante de um veredicto destes, juro! Ele encontrou um tratamento experimental nos EUA, onde passou a viver. Após uma longa terapia, escreveu o livro “Hoje eu venci o câncer”.

Não sei vocês, mas penso que ele tinha consciência de que, por mais que estivesse bem, ele sabia que câncer é uma doença terrível, incompreendida há séculos. Os egípcios já a estudavam e, como nossos cientistas contemporâneos, sabem que ele é incontrolável.

Certa feita, em uma palestra, ouvi o cientista Siddhartha Mukherjee, autor do livro “O imperador de todos os males: uma biografia do câncer”, dizer que: “com o passar do tempo, se não morrermos de alguma coisa antes, todos teremos câncer”. É o caminho natural das células, envelhecer e causar um estrago internamente.

Mas desenvolver um câncer quando jovem não é algo fácil de lidar, como já disse que não saberia fazê-lo. O escritor David Coimbra, que sempre admirei, apesar de muitíssimas vezes discordar do seu ponto de vista, lutou contra ele e ganhou uma sobrevida, apesar de, menos de um mês antes de ser derrotado, escreveu uma crônica de cortar o coração, mesmo daqueles que não o possuem.

Ele disse que desejou morrer, tal o sofrimento. Sofrer e viver são duas palavras que não deveriam vir na mesma frase, porém, é do jogo. Enquanto vivos, não sabemos o que nos espera, muito menos quanto tempo teremos pela frente.  Ele venceu o câncer “hoje”, como disse no livro. O amanhã chegou para ele…

Como falou o debochado David Coimbra, que fazia questão de ser irônico e divertido, mesmo após estar perdendo a guerra para o câncer, “O que existe é o presente e, se o presente pode ser sorvido integralmente, a vida pode ser boa.” Falei algo similar em textos anteriores, mas, referendado por um escritor consagrado, tem outro valor, não é?

Encontrei com ele pessoalmente uma única vez, em um shopping de Porto Alegre, com seu filho. Comentei sobre uma crônica que escreveu citando meu filho, em 2012. Como já disse, o João Vitor é surdo e tem um problema de visão congênita. Na época, o João corria o risco de ficar cego. David comentou isso, em seu texto, mas, concluiu, que ele era um menino alegre. E ainda é.

Perguntou sobre o João e, quando disse que estava bem e a visão tinha estabilizado, transformou nossa conversa no assunto de sua crônica do dia seguinte. Escreveu, em 21/02/20: “– Ah, aquela história que tu sempre conta! – exclamou Bernardo, que comentou: – Que bom que o menino está bem. Acho que a alegria o ajudou a se curar. Concordei. Era exatamente isso. A alegria cura.”

É hoje que abro o DVD do filme. Vou convidar meus filhos para assistir e darmos boas risadas com uma comédia dos anos 1980, que está mais do que na moda. Deixar para depois não é o caminho, pois o depois, pode nunca existir…

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