Buenas!
De monotonia e marasmo é que não morre o brasileiro!
Disse um filósofo de botequim, certa feita. Vocês sabem, minha intenção é facilitar a vida de meus leitores, por isso quero comentar a semana que ora finda. A tentação de entender o que acontece à nossa volta é muito grande. Aliás, retiro o que disse. Tento, no máximo, compreender e aceitar, pois, se ousar entender como se move e do que se alimenta o mundo em que vivemos, vou morrer insano!
Para começo de conversa, não podemos esquecer que vivemos tempos pandêmicos. Apesar do arrefecimento dos efeitos do maledito vírus e da liberação do uso da máscara em boa parte do mundo, a covid-19 ainda ronda os incautos, os não vacinados ou com alguma comorbidade. Como diz outro ditado, “o segredo da felicidade é a eterna vigilância sobre o vírus”. Não por acaso, os idosos começaram a tomar a quarta dose. Estou com o braço estendido esperando a minha vez.
Fora isso – como se não fosse suficiente, não é? -, a invasão da Ucrânia completou um mês destruindo famílias, derrubando prédios, acabando com a estrutura de um país independente e sólido, pelo simples fato de um governante vaidoso e incongruente querer mostrar-se mais forte que os outros.
Apesar das sanções que abalam a estrutura de seu próprio país, das milhares de vidas que se perderam de ambos os lados, ele prefere imitar seu ídolo Stalin: “ – O que é uma morte: uma tragédia! O que é um milhão de mortes: estatística…”, disse, soltando uma baforada de charuto.
Não bastasse a guerra e o vírus, as eleições se aproximam e as peças de xadrez da política brasileira se movem como se de gelatina fosse o tabuleiro, com promessas que já sabemos infundadas, agressões à moral do adversário e ações paralisadas por falta de gestores interessados e, na maior parte, qualificados.
Falando em política, o que foram as imagens do deputado carioca se escondendo no gabinete da câmara de deputados? Os dirigentes do congresso disseram que não importa a decisão judicial, em país democrático ela precisa ser cumprida. E o gigante musculoso, portou-se como um menino mimado, com medo de uma tornozeleira eletrônica, a mesma que já usou quando saiu da cadeia após ser preso por incitar agressões a juristas. Atitude típica de falastrões que se escondem em salas recônditas e que dormem abraçados ao travesseiro de estimação.
Mantendo a linha política, que tal a Bíblia com a imagem do ministro da educação? E o pastor que “intermediava” os pedidos de verba para as prefeituras, pedindo pagamento de propinas em ouro! O ministro, agora demitido pelo presidente, denunciou sem querer que o próprio mandatário da nação requisitou que os pedidos de verbas públicas deveriam passar pelo “pastor” indicado. Misturar política com religião não funciona desde a idade média, imaginem nos dias atuais…
Deixemos a política de lado, para arejar um pouco as ideias, falemos do Oscar. Porém, não devemos arejar tanto quanto o comediante Chris Rock após o tapa de Will Smith ao vivo e em full HD durante a cerimônia.
Piadas de mau gosto são tradição no evento, o arroubo de Will foi a novidade que, infelizmente, manchou o seu primeiro Oscar. Ele se ofendeu por sua esposa, que sofre com uma doença que faz o cabelo cair, contudo, o comediante alegou que não sabia disso. Smith ganhou o Oscar de melhor ator, seu primeiro, fez um lindo agradecimento, derramou lágrimas sinceras. Mesmo assim, muitos acreditam que o tapa foi armado por um laboratório farmacêutico visando vender um novo remédio. Haja teoria da conspiração para fomentar redes sociais!
Apesar disso, a cerimônia teve um ponto alto, que foi o agradecimento em língua de sinais do ator Troy Kotsur pelo Oscar de melhor ator coadjuvante no filme “Coda-No ritmo do coração”. Eu aprendi a língua de sinais porque meu filho, adotado com três anos, é surdo. Com isso, conheci um mundo todo novo, surpreendente, que a maioria das pessoas só convive de longe, nos quadradinhos da televisão, quando há interpretação em língua de sinais.
O belíssimo filme Coda também ganhou o Oscar de melhor filme, o primeiro produzido exclusivamente para um canal de streaming, uma valorização merecida pela sensibilidade do filme, boa parte dele “falado” em língua de sinais. A película é uma adaptação do filme francês, “A família Bélier”, de 2014, igualmente belo. Recomendo assistir os dois, garanto que irão gostar!
Porém, a notícia que fez a internet estremecer foi o rebolar da Anitta. A primeira artista latino-americana a alcançar o topo das paradas com uma música que não posso chamar de erótica, pois vai além. O clipe faz jus ao ritmo latino que ela imprime na encenação despudorada. Já estão falando que poderia se candidatar a presidente, teria chances!
Como em toda boa refeição, a sobremesa fica por último. Ninguém fez mais sucesso que o mendigo. Pronto, não precisaria dizer mais nada, pois todos sabem de quem falo, principalmente após a divulgação de uma entrevista em que ele lapidou a frase que irradiou como poucas: “uma mão no volante e outra no carinho”, que não precisa de tradução…
Com esta mensagem filosófica encerro aqui meu relato semanal das atividades que abalaram as estruturas das redes sociais, onde vivemos nossa vida. Que venha o multiverso – mas não contem comigo!