Após quase quarenta dias do início do ano letivo na rede estadual de ensino, finalmente os alunos da zona rural poderão retornar aos educandários de forma presencial para assistir suas aulas. Isso porque, a Coordenadora da 19ª Coordenadoria Regional de Educação, Ana Alice Campagnaro, anunciou na última quinta-feira (24), que foi publicada no Diário Oficial do Estado a ordem de início para a operação das empresas que venceram a licitação para o transporte escolar dos alunos em 2022 e que após isso, as contratadas teriam cinco dias para iniciar, o que deve se concretizar entre a próxima segunda (28) e quarta-feira (30) da semana que vem.
Ana Alice informou que as oito empresas já receberam o contrato para assinatura e que seis já assinaram. As outras duas devem assinar nos próximos dias. A 19ª CRE está orientando todas as equipes diretivas da rede, que no total somam 12 escolas, sendo seis da cidade que recebem alunos do ensino médio e mais seis da zona rural, para que cada comunidade saiba se irá retornar na segunda ou na quarta-feira.
Com o início do ano letivo no dia 21 de fevereiro e sem transporte, as aulas estão sendo ministradas remotamente. “Mas agora com o início do transporte as equipes diretivas vão realizar reuniões com as famílias para verificar, não uma recuperação de dias letivos, mas sim uma recuperação da parte pedagógica, onde os alunos tiveram um pouco mais de dificuldade e uma necessidade de um maior acompanhamento”, explicou a coordenadora.
O IMPASSE CONTINUA…
Mesmo com a oferta de transporte para os alunos, as aulas presenciais ainda permanecem ameaçadas. Pois, de acordo com legislação estadual, os professores não têm permissão para se deslocarem até as escolas nos mesmos ônibus dos alunos, o que preocupa o corpo docente que vai ter que, individualmente, prover seu deslocamento até a zona rural.
A coordenadora disse que está enviando ofícios para a Secretaria Estadual de Educação (SEDUC-RS) para tentar uma solução. “Mas o que eles nos relatam é que independente de ser PEATE ou não, realmente é de direito do aluno, tanto que os recursos financeiros são para isso, então não é permitido que o professor e o servidor utilizem o transporte escolar”, explicou, complementando que a maneira de reverter essa situação é uma mudança na legislação, através da Assembleia Legislativa.
Os professores recebem, segundo a coordenadora, o adicional do local de exercício, que antes da mudança do Plano de Carreira do Magistério Público Estadual, se chamava “Difícil Acesso”, mas o relato dos CPERS Sindicato é de que os valores são insuficientes. “O vale-transporte que os professores recebem é duzentos e poucos reais […] não tem linha de ônibus na área rural nas escolas, ou seja, estão cobrando dos professores e dos funcionários algo impossível de fazer”, disse a presidente do CPERS, professora Helenir Aguiar.