Prefeita estuda medidas contra vereador Civeira após ele ter comparado o cérebro dela a um caroço de azeitona

Após a manifestação do vereador Enrique Civeira (PDT), quando ele comparou o cérebro da prefeita Ana Tarouco (DEM) e de uma secretária municipal a um caroço de azeitona, a chefe do Executivo disse que estuda as medidas que tomará contra o parlamentar. Depois da repercussão nacional de sua declaração, Civeira retornou à tribuna da Câmara na quarta-feira (09) e, sem pedir desculpas, falou sobre as qualidades do caroço de azeitona.
Único vereador a se manifestar sobre o assunto no plenário, o líder do governo na Câmara Municipal, Maurício Galo Del Fabro (Progressistas). “Já tivemos graves erros aqui, em mandatos passados. O senhor não é o primeiro que comete este erro e este erro é grave, gravíssimo”, disse Galo.
Em Brasília, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) disse que a atitude do vereador é uma “violência de gênero escancarada”. “Não importa qual era o debate, oposição não se faz menosprezando a inteligência de mulher nenhuma”, escreveu. O deputado federal Ubiratan Sanderson (PSL) repudiou a atitude com veemência: “Uma atitude covarde, porque não é com esse tipo de atitude que resolvemos os problemas, mas com respeito, diálogo e cortesia”.
O Fórum Binacional de Enfrentamento à Violência de Gênero repudiou o comportamento do legislador. O presidente da Câmara, vereador Aquiles Pires (PT), afirmou que a Casa não deve tomar nenhuma medida a respeito da declaração do vereador. “Teria que ter a comunicação da ofendida e um requerimento, talvez do partido, que a legislação diz que o partido pode entrar com uma representação”.
O portal UOL afirmou que Civeira fez uma piada: “Caroço de azeitona é saudável”. De acordo com ele, a manifestação na sessão da segunda-feira não foi “bem interpretada”. Na noite de quinta-feira (10), a vereadora Eva Coelho foi às redes sociais e disse que não concorda com ofensas, “mas que a mulher tem que começar por ela (sic)”. “E o que ela faz com as pessoas, principalmente comigo? Ela não me atende, não atende o povo, calou a minha voz dentro da prefeitura”, afirmou a parlamentar sobre uma recente manifestação que ocorreu no Executivo e que não pôde se manifestar. Segundo Eva, não foi só em uma oportunidade. “Eu não pude entrar na Prefeitura com o meu deputado. Aí não é preconceito? Ou eu sou mulher só no dia 08 (de março). Eu não pude falar junto com os vereadores dentro da prefeitura”, afirmou.