Nos dois primeiros meses do ano, Sant’Ana do Livramento registrou 22 óbitos em decorrência da Covid-19. O número culmina com o fechamento do serviço de UTI Covid que preocupa não só a direção do hospital, mas também a classe médica da Santa Casa. De acordo com a direção do hospital, no mesmo período, foram registradas quase 100 diárias na UTI Covid, contudo, a partir de março, os pacientes que necessitem de leitos serão regulados pelo Sistema de Gerenciamento de Internações (Gerint), que se destina à regulação dos leitos e encaminha o paciente para o hospital que tenha disponibilidade.
Para o Gestor Operacional do hospital, Abílio Machado, a preocupação é muito grande. “Não há como reverter, é uma decisão do governo federal. Estamos muito apreensivos, pois pensamos sempre em sermos resolutivos com nossos pacientes. Mas iremos precisar de uma decisão do Gerint para encaminhar os pacientes”, explicou o gestor.
A responsável técnica da UTI Covid, pneumologista Alina Esteves de Macedo recebeu com bastante preocupação o anúncio, pois sempre há pacientes ocupando os dois leitos disponíveis. “Estamos com bastante apreensão sobre isso, pois alguns hospitais aqui da região ficaram com dois a quatro leitos. Então, a nossa UTI, que só tem dois isolamentos, num total de 10 leitos que estão sempre com pacientes, sejam de isolamento ou sejam pacientes clínicos. No momento estamos praticamente sem leitos de UTI, caso alguém precise”, destacou a médica.
Além de falta de leitos, a Santa Casa se preocupa com o aparecimento de uma nova cepa, por conta das viagens, das festas de carnaval e do retorno presencial às aulas. “Estamos todos traumatizados com aquela época em que não tínhamos uma UTI aqui. A quantidade de pacientes que perdemos por não ter uma ventilação mecânica adequada, por não termos ventiladores e não ter uma UTI”, lamentou a médica, reiterando que mesmo sem leito e com o paciente ventilado no Pronto Socorro, este não é o local adequado e ele não terá uma continuidade e seriam no máximo dois pacientes que comportaria o pronto-atendimento.
Óbitos
Os meses de janeiro e fevereiro tiveram o registro de 11 óbitos em cada mês e desses pacientes, a maioria não havia recebido a terceira dose ou não haviam recebido dose nenhuma.