Recentemente revi o filme que dá título a esta crônica. A trama conta a história dos personagens vividos pelos atores Jack Nicholson e Morgan Freeman.Dois craques! Quando vejo seus nomes em qualquer filme passo a assistir, não importa o título.
O milionário Edward Cole (Nicholson) e o mecânico Carter Chamber (Freeman) dividem o mesmo quarto de hospital. Estão “desenganados” como se dizia antigamente, no último estágio de doenças irreversíveis. São almas opostas. O empresário, egocêntrico e arrogante.O mecânico negro é do tipo família, pobre e religioso fervoroso.
Da incompatibilidade inicial a dupla entabula uma conversa que culmina com uma lista com coisas que gostariam de fazer antes de morrer. A bordo do jatinho do milionário vão a hotéis e restaurantes chiques franceses, fazem safári na África, escalam uma montanha, andam de moto nas muralhas da China e visitam as pirâmides, entre outras peripécias.
Antes de completarem o périplo programado ocorre uma briga. O mecânico tenta convencer o milionário a procurar a filha com quem não fala há décadas. Isso deixou o excêntrico furioso a ponto de romperem a recente amizade.
O personagem de Freeman morre de câncer. No velório, o amigo de aventuras conta o quanto aprendeu com a simplicidade do parceiro. Pelas imagens se nota que ele não só reatou com a filha como brincou com a neta. O filme, uma sucessão de cenas hilárias, deixa mensagens sobre a finitude da vida, o adiamento de planos e a importância dos amigos e da família.
Numa das cenas, ao vislumbrarem as pirâmides, o mecânico conta sobre uma crença egípcia segundo a qual ao chegar à porta do paraíso duas perguntas são feitas: 1) Você teve alegrias na sua vida? 2) Ao longo da vida você proporcionou alegria para os outros? Das respostas dependerá o ingresso no paraíso.
Em outro trecho, para tentar convencer Freeman a participar das aventuras derradeiras de vida, Nicholson dispara:
– Podemos ficar de braços cruzados, esperando um milagre. Ou podemos tomar a iniciativa e viver intensamente. A escolha é de cada um!
Ao amigo leitor deixo as perguntas para uma reflexão inspirada no filme: você tem tido alegrias e provoca alegrias nos outros? E no cotidiano, espera por um milagre ou vive e trabalha para fazer as coisas acontecerem e ser protagonista?
Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]