seg, 6 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 04 e 05.01.25

DA LEITURA E AUDIÇÃO DE UM BOM FILME

legenda para a foto: "Detetive Somerset em busca de livros..."

Buenas!

            Não sei vocês, mas, nos momentos de lazer que o verão nos propõem, nada como uma boa leitura. Claro que podemos aderir a um bom filme, não concordam? Quem sabe, indo além, ouvir uma música diferenciada? Melhor seria, diria este influente comentarista, fazer tudo isto junto. Mas seria possível somar experiências sensoriais tão diversas?, pergunta-me o mais atento e apressado de meus tantos e estimados leitores.

Eu, cá de meu canto e parcas experiências sensoriais prezadas desde o sempre, diria que é possível sim. Mas não é fácil, exigente leitor, é necessário algum conhecimento e experiência que, para sorte de vocês, irei compartilhar de bom coração com todos.

Antes de falar do filme, permitam-me falar um pouco de minha experiência, não só como reflexão pessoal, mas como exemplo comparativo. Citei acima três experiências sensoriais: ler um livro, ver um filme e ouvir uma música numa mesma oportunidade. Eu o fazia, mas exige treino.

No auge de minha adolescência, motivado por leituras biográficas de polímatas como Leonardo da Vinci, eu exercitava meus sentidos da seguinte maneira: no horário do Jornal Nacional, assistia o telejornal, lia o jornal Correio do Povo e também ouvia as notícias no rádio, tudo junto. Meu objetivo era ampliar minha capacidade de absorção de conhecimento.

Como todo jovem, a presunção faz parte de nossa formação, faz parte do processo de aprendizagem. Já minha mãe diria que é dar o passo maior que a perna. Porém, sabemos que tropeçar faz parte do bom caminhar. Assim pode ter sido o caminho do jovem Leonardo citado acima, que muito estudou e de um tudo quis conhecer. Este é o significado de polímata, poupando aos meu leitores a busca do significado de palavra pouco usual para os dias de hoje.

Contudo, como sou antigo, me esforço para aprender sobre o muito que nos cerca. Por isso, gosto de sugerir àqueles que tiveram paciência e aqui chegaram assuntos interessantes. Vamos à sugestão que citei no primeiro parágrafo.

Certamente quem aqui chegou já assistiu “Seven”, filme de 1995, estrelado por Brad Pitt e Morgan Freeman. Nesse filme, os dois detetives tentavam deter um serial killer que matava pessoas com requintes de crueldade baseado nos sete pecados capitais. Brad já era o queridinho dos fãs desde o ano anterior com “Entrevista com vampiro” e “Lendas da Paixão”. Com “Seven” ele tentou se afastar do clássico papel de galã, tarefa quase impossível para ele. Porém, neste filme ele conseguiu uma coisa importantíssima em qualquer grande tarefa na vida: parceria.

Além de ter um dos roteiros mais originais e inteligentes que já foram lidos em Hollywood, teve um diretor competente e colegas de cena ímpares. Não só o magistral Morgan Freeman – para mim, um dos maiores atores de todos os tempos -, mas também Gwyneth Paltrow, que representou muito bem a esposa apagada de um policial instável, que era o caso do personagem de Pitt. Entretanto, quem rouba a cena apesar de aparecer poucos minutos é Kevin Spacey.

Para se ter uma ideia da importância de sua capacidade como ator, ele ganha nesse mesmo ano o Oscar de melhor ator pelo filme “Os suspeitos”, que indico com veemência assistirem. Quando em cena, sua interpretação sutil, sugestiva e indutora em “Seven” domina o momento, apesar de seu papel teoricamente secundário diante de dois monstros do quilate de Freeman e Pitt.

Indo além, pois senão fico a descrever o filme, que não é minha seara, quero fazer a costura prometida. Minha cena preferida – aliás, penso ser uma das cinco melhores cenas de filmes da história – é quando o personagem do veterano policial interpretado por Freeman vai a uma biblioteca realizar uma pesquisa, pois desconfia que certos livros inspiraram o serial killer. A cena vale uma descrição.

Somerset, o personagem taciturno e veterano de Freeman, adentra uma biblioteca. Aos meus leitores do futuro digo que uma biblioteca sempre foi um local mágico, ao menos para mim. Ela estava fechada, somente os seguranças lá estavam, jogando cartas. Ele diz: -”Nunca vou entender, todos estes livros, e vocês jogam pôquer?” Nisso, um dos rapazes de uniforme, rindo da paixão pelos livros do outro, aumenta o volume de um aparelho de som. Dele soa uma suíte de Bach no violoncelo.

Enquanto a música ressoa, o experiente detetive consulta obras capitais da literatura ocidental, como “Contos da Cantuária”, de Chaucer, e “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, obras medievais com referências aos sete pecados capitais, fontes primárias para os crimes do assassino do filme.

Há obras artísticas que merecem tal alcunha: uma obra-prima! Esta película fez um costura magistral com a música e livros clássicos, livros que inspiraram não só o criminoso em sua “missão” crítica à sociedade, mas também ajudaram ao astuto policial na resolução dos crimes.

Encerrando por aqui os comentários, afirmo que no filme encontramos referências literárias e musicais de altíssima qualidade apresentadas de uma maneira agradável, apesar da temática pesada, densa, noir, para usar uma definição cinematográfica.

O meu DVD do filme já está na agulha – para usar outra metáfora antiga -, pronto para ser revisto. Quem de meus leitores já viu, reveja, quem não viu, assista, são pouco mais de duas horas de entretenimento qualificado.

Vocês hão de concordar que assistir um bom filme pode nos apresentar a audição de belíssimas músicas e nos inspirar a leitura de livros diferenciados…

 

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