As queimadas registradas no início de 2022 em diversas propriedades da Fronteira Oeste, acenderam um alerta preocupante sobre a falta de estrutura para enfrentar essa problemática. Além de danos materiais causados pelo fogo como cercas e porteiras queimadas, morte de animais e danos ao Bioma Pampa, os incêndios também colocaram em risco a vida dos moradores da zona rural por consequência da distância entre o tempo reposta por parte do Corpo de Bombeiros. Pois, foi justamente este e outros pontos que motivaram a criação de um grupo de trabalho para elaboração, até o próximo verão, de uma estratégia consistente contra incêndios em vegetação em Sant’Ana do Livramento.
A partir daí surgiu a ideia da utilização de aviões no combate a incêndios e a criação de uma brigada aérea especializada. Este foi o primeiro tema debatido durante encontro online promovido na terça-feira (25) pela Associação Santanense de Engenheiros Agrônomos (Aseagro) e coordenada pelo presidente da entidade, Jorge Pereira. A criação do grupo de trabalho foi sugerida pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) e ele será coordenado pelo comandante do 10º Batalhão de Bombeiros Militar, em Sant’Ana do Livramento, tenente-coronel Rafael Gonçalves Pereira.
O diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, também apresentou, no encontro, a ideia de formação de uma brigada aérea contra incêndios no Município. Aproveitando a estrutura das empresas aeroagrícolas da região, com apoio de produtores e do poder público (a exemplo do que ocorre em Goiás e São Paulo). O encontro teve a participação do vice-prefeito em exercício, Evandro Gutebier (Republicanos); do vereador Maurício Galo Del Fabro (Progressistas), além do gestor da Unidade de Conservação do Ibirapuitã, Raul Coelho; o representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Leonardo Perez, o presidente do Sindicato Rural, Luís Carlos D’Auria Nunes e outras autoridades.
Na parte de aviação, o trabalho vai abranger, por exemplo um inventário das aeronaves agrícolas existentes na região aptas para operações contra as chamas, além de capacidade de água e da localização e tipos de pistas. Para daí se avaliar, por exemplo, a necessidade de novas pistas ou ampliação de áreas de pouso. E como arcar com o custo das operações aéreas – com horas doadas pelos operadores, mais o rateio do custo por produtores ou ainda com apoio de recursos governamentais, por exemplo.
Mas há também várias outras frentes sobre as quais o grupo deve se debruçar: por exemplo, na capacitação (por parte do Corpo de Bombeiros Militar) de brigadistas – entre os funcionários das fazendas, pessoal da Prefeitura e moradores. Tanto para fazer o primeiro combate em focos menores como para auxiliar os bombeiros em locais com maior área de fogo.
No quesito recursos, o tema de casa também envolve a busca de apoio junto ao Estado e governo federal – por exemplo, com maior efetivo para os bombeiros locais e a criação de uma brigada de incêndio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Unidade de Conservação do Ibirapuitã. Neste caso, com a previsão de contratação de aeronave agrícola para atender a área (como ocorre em outras áreas administradas pela entidade). A ideia é provocar também uma mobilização política, buscando recursos de emendas parlamentares e verbas para projetos de Defesa Civil.
Acidente com mortes
Por volta das 16h30 desta sexta-feira (22), no Km 136 da BR-293, em Candiota, ocorreu um acidente envolvendo uma carreta, um caminhão e uma viatura da PRF. Conforme levantamento preliminar, a carreta, que transitava no sentido Pelotas – Bagé, invadiu a pista contrária e colidiu frontalmente com a viatura Ranger da PRF e com um caminhão, que deslocavam no sentido