Buenas!,
A temperatura do planeta sobe ano após ano, geleiras estão descongelando, oceanos estão invadindo cidades praieiras, chuvas estão mais do que escassas em certas partes do planeta, queimadas tomam conta de regiões florestais, monções e enchentes arrasam áreas nunca atingidas pelas águas, plantações secam em solos outrora úmidos, tornados destroem cidades que nunca haviam visto um vento forte…
Sim, concordo que parece roteiro de filme-catástrofe, daqueles que tomam conta de nossas telas há algumas décadas como: 2012, Caminhos da memória, O dia depois do amanhã, Tempestade planetária ou Presságio, para citar alguns dos tantos que cativaram minha atenção, tal a fascinação que este tema causa.
Será que o mundo está mesmo sob os efeitos do efeito estufa, dentre outros dilemas ecológicos, ou é exagero dos eco-chatos? Eu cá do alto de quase meio século de vida digo-vos: quando criança, nunca precisei usar protetor solar! Lembro de tias fazendo misturas mirabolantes para torrar no sol. Minha filha, que nasceu no século XXI, cresceu besuntada de protetor fator 50. Houve uma vez em que o bocaberta do pai dela esqueceu de colocar um boné e o sol torrou o coco da cabeça daquela alemoã branquela.
Será que o sol ficou mais quente e está mais próximo ou a camada de ozônio protetora do planeta está ficando rala? Como disse, pelos estudos científicos avançados que fiz em revistas como a Superinteressante e Galileu, defendo os cientistas que afirmam: o planeta está mudando! E quem seria o responsável? Não são somente as voltas planetárias, a maior parte das mudanças são provocadas por nós, caras-pálidas, nós, os chamados seres racionais…
Porém, como é de conhecimento de todos que me leem, nem todos que compartilham este planeta são tão racionais quanto deveriam. E não falo isto gratuitamente, há motivos, palpáveis, afinal, se fossemos racionais como deveríamos, a gente saberia que quase 8 bilhões de pessoas não habitam um planeta impunemente, por maior que ele seja. E este número só irá aumentar. Para 2050, estima-se que seremos 10 bilhões, acreditem!
E o grande problema já é – e será maior ainda – produzir comida ou recursos para sustentar todo este povo. Só no Brasil, o desmatamento e as queimadas aumentaram consideravelmente nos últimos anos, como vimos no documento publicado recentemente pelo INPE. Os empresários consideram necessário criar cada vez mais espaços para o gado e a soja, que o Brasil exporta com grande competência.
Em busca de soluções para este problema atual e os futuros, entidades como a ONU realizam conferências com líderes mundiais ou, ao menos, seus representantes. A primeira foi em 1972, segundo o Google. Eu, que nem era nascido, comecei a acompanhar a ECO-92, no Rio de Janeiro. Mobilizou países e a mídia do mundo inteiro e dela muito se esperou. Porém, pouco se realizou de concreto do que lá foi decidido, infelizmente. Depois, teve Paris, Tóquio e, agora, em Glasgow, na Escócia, a mais recente conferência da ONU, a COP-26.
Dentre as resoluções costuradas com extrema cautela e dificuldade entre quase duzentos países que lá estavam, uma das mais polêmicas será a redução do consumo de combustíveis fósseis e do carvão, com corte de subsídios na área e investindo bilhões em fontes renováveis nos próximos anos.
E aí lhes pergunto, atenciosos leitores, podemos esperar mudanças significativas a partir das decisões que lá foram tomadas? Raramente os governantes seguem as deliberações ali acordadas. Há alguns anos, Trump abandonou acordos assinados por governos anteriores. Os interesses são nobres, mas pegando o exemplo da falta de chuvas, que tem como principal fator provocador as mudanças climáticas, países como o Brasil e a China ligam cada vez mais suas usinas de carvão. Dá para confiar nestas resoluções?
Pois é, eu também não, porém, mesmo não acreditando em governantes, cito uma mudança relevante que testemunhei – através da mídia, óbvio – aqui mesmo em terras tupiniquins. Lembram de Cubatão, em São Paulo, o paraíso da poluição no Brasil? Após os alertas emitidos pela ONU na Eco-92, os políticos e empresários se mexeram e criaram soluções que diminuíram sensivelmente os índices de poluição da região.
Em Seul, um rio foi totalmente despoluído, do mesmo modo que o rio Tâmisa, que corta a cidade de Londres, assim como o rio Sena, em Paris. No verão banhistas tomam conta das margens da cidade-luz. Dizem que as Olimpíadas de 2024 terão provas aquáticas no rio outrora poluído. Já estou economizando para encarar estas provas, ao menos das arquibancadas!
Ou seja, algo pode ser feito sim, basta apertar os calos certos. Um dos problemas que vejo é não termos uma autoridade mundial para casos ambientais. Não sei como seria um único governante do planeta – aí está uma bela reflexão futura, aguardem. Hoje, cada país faz suas leis e, quando há interesses, segue orientações coletivas, como as emitidas pela ONU ou pela OMS, durante a pandemia que ainda atravessamos, apesar de alguns governantes incautos questionarem decisões médicas.
Caso me entregassem a chave do planeta, teria algumas resoluções draconianas para lidar com estes mandatários que fazem pouco caso da preservação ambiental…
Contudo, hoje já divaguei muito por aqui. Na próxima crônica trarei algumas resoluções revolucionárias para administrar este singelo planeta que habitamos. Por agora, aviso aos bilionários que estão gastando bilhões construindo naves, que eles não irão encontrar tão cedo outro planeta habitável nem para eles, muito menos para os bilhões que compartilham com eles o mesmo ar, terras e águas.
Quem sabe eles – e também os governantes que adoram gastar com armamentos – possam investir um pouco dessa dinheirama fazendo cumprir as resoluções das conferências da ONU e preservando sua própria casa, este belo e exclusivo planetóide…