qua, 22 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 18 e 19.01.25

Morning Call: ações globais devem apresentar primeira queda semanal desde outubro

As ações asiáticas (com exceção à China) subiram junto com os futuros de ações dos EUA nesta sexta-feira, trazendo algum alívio para as ações globais, apesar dos temores de inflação que ainda se refletem nos títulos do Tesouro americano.

O indicador da Ásia-Pacífico da MSCI Inc. registrou um forte aumento nesta semana, ajudado pela bolsa do Japão e ações de tecnologia da China. A visão de que o pior da blitz regulatória de Pequim já passou, também contribuiu para a retomada de um certo otimismo no cenário internacional, trazido especialmente pelos lucros corporativos apresentados na temporada de balanços do 3T.

As ações globais, no entanto, devem apresentar sua primeira queda semanal desde o início de outubro, prejudicadas pelos sinais de que as pressões sobre os preços estão se ampliando além das interrupções relacionadas à pandemia. Mas as oscilações nos índices de ações em comparação com as rupturas do mercado de títulos nos EUA, seguem levantando a questão de se os investidores em ações não estariam otimistas demais.

O fato mais importante do encontro desta quinta-feira (11) da cúpula do Partido Comunista Chinês foi o que não aconteceu: nenhum provável sucessor para Xi Jinping foi apontado, em um indício de que ele seguirá mais cinco anos no cargo.

A China está a um ano de reformular sua liderança no Congresso do PC e a reunião do comitê central nesta semana oferecia uma boa oportunidade para Xi revelar potenciais sucessores. Foi o que ocorreu na reunião do comitê central em 2010, quando Xi tornou-se o próximo da fila para suceder Hu Jintao ao ser nomeado vice-presidente da Comissão Central Militar. Ele tornou-se presidente da China dois anos depois.

O encontro da quinta-feira não trouxe nenhum anúncio dessas proporções, fazendo bastante provável que Xi lidere o Congresso de 2022 sem apontar um sucessor, o que abre caminho para um terceiro mandato.

Por aqui, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta quinta-feira, 11, que a equipe econômica sofreu uma “pressão enorme” da ala política por um Auxílio Brasil — programa de transferência de renda substituto do Bolsa Família — de maior valor.

“Passamos seis, sete meses dizendo que as pessoas estavam comendo ossos, que era uma fome generalizada. A pressão política foi imensa em cima da Economia. A equipe econômica queria fazer um auxílio de R$ 300, dentro do Orçamento, tudo certinho. A política pressionando por R$ 600. E o presidente Bolsonaro cortou ali em R$ 400. Eu alertei que isso não caberia no teto (de gastos)”, afirmou Guedes, em participação no Itaú Macro Vision 2021, em referência à regra que atrela o crescimento das despesas à inflação. “A pressão política foi ensurdecedora. Estou lutando pelo teto, não foi minha criação de ampliação do teto”, completou.

A PEC dos precatórios libera R$ 91,6 bilhões de espaço no Orçamento de 2022 e é essencial para o governo conseguir tirar do papel o Auxílio Brasil de R$ 400, como quer o presidente Jair Bolsonaro. Para isso, o governo propôs adiar o pagamento dos precatórios (dívidas que o governo é obrigado a pagar por decisão judicial) e alterar a correção do teto de gastos.