A semana termina com os futuros em Wall Street em leves altas, enquanto que no já encerrado mercado asiático e no recém aberto mercado europeu, as bolsas operam sem sinal único, antes da divulgação do payroll, que definirá as perspectivas para a política monetária do Federal Reserve.
O indicador da Ásia-Pacífico da MSCI subiu pelo sexto dia, a maior sequência desde janeiro. A expectativa pela renúncia do primeiro-ministro Yoshihide Suga, levou as ações japonesas a um pico de três décadas, com a expectativa de que seu sucessor adote uma política monetária mais acomodatícia.
Na China, as ações de tecnologia caíram, com os investidores ainda digerindo a nova investida de repressão regulatória de Pequim.
De volta ao payroll, o relatório deve fornecer mais pistas sobre quando o Fed pode iniciar a redução dos estímulos e por quanto tempo mais, conseguirá segurar um aumento nas taxas de juros. A expectativa é pela criação de 725.000 empregos em agosto – um ritmo mais moderado em relação aos dois meses anteriores, porém mais forte do que no início de 2021.
Os investidores continuam monitorando o debate político sobre os gastos fiscais dos EUA. O senador Joe Manchin está exigindo uma “pausa estratégica” na ação da agenda econômica do presidente Joe Biden, potencialmente colocando em risco o pacote de impostos e gastos de US $ 3,5 trilhões.
Entre as commodities, o petróleo do tipo Brent opera perto de US $ 73 o barril com as apostas de que o mercado pode absorver o fornecimento adicional da OPEP +, enquanto o Golfo dos EUA luta com o impacto do furacão Ida. O Bitcoin caiu para cerca de $ 49.500 depois de ultrapassar brevemente os $ 50.000 no dia anterior.
Por aqui, as mudanças introduzidas pela Câmara na reforma do Imposto de Renda custaram R$ 53,6 bilhões. Essa é a perda de arrecadação entre o projeto original enviado pelo governo e o parecer do relator, Celso Sabino (PSDB-PA), aprovado na quarta-feira à noite numa votação atropelada e no afogadilho.
Como os deputados votaram sem que o parecer final com as mudanças tivesse sido protocolado, a votação está sendo chamada de “projeto secreto”. Até a noite de ontem, depois da votação dos chamados destaques (sugestões de alteração), o texto final do projeto ainda não era conhecido.
Os cálculos foram feitos pelo economista Sergio Gobetti para o Comitê Nacional de Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz). O projeto preparado pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, continha um aumento de arrecadação de aproximadamente R$ 12 bilhões, enquanto o texto que saiu da Câmara tem um rombo líquido de R$ 41,1 bilhões para União, Estados e municípios.
A conta já considera a votação das últimas mudanças feitas ontem, quando os deputados reduziram a alíquota da tributação sobre lucros e dividendos, de 20% para 15%, num script que já estava acordado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), antes da votação do texto principal.
A perda de receita para os cofres dos governos regionais foi estimada em R$ 19,3 bilhões – R$ 9,9 bilhões para governadores e R$ 9,3 bilhões para prefeitos.