A terça-feira começou difícil para os mercados globais, com as ações asiáticas fechando com perdas consistentes, refletindo a preocupação mundial com os eventos no Afeganistão, somadas às preocupações com o impacto da variante delta no crescimento global.
O índice Ásia-Pacífico da MSCI Inc. caiu acima de 1%, encerrando em baixa pelo quarto dia consecutivo. As ações de tecnologia chinesa despencaram novamente, desta vez depois que um regulador divulgou um projeto de regras que proíbe uma concorrência desleal entre os operadores de plataformas online da China.
Os futuros de ações dos EUA e os liberados de mercados da Europa também operam no vermelho. Na véspera, o S&P 500 fechou novamente em máximo histórico, dobrando sua cotação a partir de sua mínima verificada em março de 2020.
Sinais de uma desaceleração da recuperação chinesa, a restrição regulatória de Pequim e como restrição à mobilidade para combater as novas variações do coronavírus estão azedando ao clima na Ásia. O dólar australiano caiu depois que o banco central sinalizou que está pronto para agir se os bloqueios cobrarem um preço econômico maior que o esperado.
Os especialistas do Tesouro caíram, com os investidores aguardando pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta terça-feira, mas principalmente, de olho no simpósio de Jackson Hole no final de agosto, em busca de pistas sobre quando e como o Fed pode reduzir o estímulo.
Os ganhos corporativos e a liquidez ainda abundante devem sustentar os mercados por mais algum tempo, mas já não seria a surpresa se verificarmos uma realização mais consistente nesta segunda metade do ano.
Nos últimos comentários do Fed, o presidente de Boston, Eric Rosengren, disse que apoiaria o anúncio do início da redução em setembro, se os EUA obtivessem outro relatório “forte” do mercado de trabalho.
Por aqui, o Brasil registrou 363 novas mortes por covid-19 nesta segunda-feira, 16, totalizando 569.581 mortes da doença. A média móvel de óbitos dos últimos sete dias, que tem o objetivo de eliminar distorções entre dias úteis e fim de semana, continua abaixo de 1 mil pelo 17º dia consecutivo e agora é de 839, antes de 860 de véspera.
Por outro lado, a secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite Melo, apontou nesta segunda-feira, 16, a necessidade de que parte da população brasileira receba uma terceira dose da vacina contra a covid-19.
A declaração foi feita na Comissão Temporária da Covid-19 no Senado Federal. Governos locais já planejam a aplicação da dose de reforço a idosos, paralelamente à vacinação de adolescentes, e pedem aval do Ministério da Saúde. A pasta informou que o tema ainda está sendo analisado.
Nas últimas semanas, os casos de internação e morte de idosos vacinados com as duas doses levantaram o debate sobre a necessidade de aplicação de uma dose de reforço nesta faixa etária, como já ocorre em países como Israel e Chile. Um estudo da Fiocruz projetou aumento de internações de idosos com mais de 80 anos nos Estados de São Paulo e do Rio.
Como ocorrências de infecções não indicam que as vacinas não funcionam, mas podem significar que a redução da proteção provocada pelos imunizantes ao longo do tempo em idosos.