Outro dia estava olhando as postagens de um casal na mídia social, ela sentada no colo dele e escrito assim na foto (foto – estou achando que esta palavra logo, logo será arcaica, passando a chamar-se selfie) : “Te amo, véia” (coloquei acento para enfatizar, até porque poderíamos ler veia – com o “e” fechado. Essa nova nomenclatura não é nada prática!). Primeiro: que coisa mais horrorosa, dizer VÉIA ou véinha. Que coisa mais patética, mais grosseira, mais deselegante, por mais afetiva que seja. Tem tanto qualificativo: te amo, linda; ou minha gata; ou minha parceira; ou minha alma gêmea; ou minha amada… Infinitos outros qualificativos.
VÉIAA? Além de ser uma agressão ao nosso idioma, já que esta palavra não existe, ainda tem que rebaixar a criatura, que naquela ocasião tem 20 e poucos anos! Por favor, me poupe. Isto não é tradição, nem cultura! Sei que nós, gaúchos, temos uma maneira bastante … hummm, como dizer: peculiar, para não dizer agressiva, diferente, grossa… de demonstrar nosso carinho em palavras. Porém, vamos inverter a posição de quem recebe o “chamego” vocal. Ela vai dizer ao seu amado: “Te amo, meu véio” (e ele tem 20 anos), será que ele não vai ligar ou vai fingir que não ouviu, ou relevar porque sabe que a intenção não é chamá-lo de véio? Até a hora em que ele, realmente, for VÉIO, aí que quero ver! E se ela disser: “Te amo, meu gatinho”. Com certeza, seja qual for a idade dele, ele vai adorar, mesmo que a idade já não seja de 20 anos. É uma questão de ponto de vista? É uma questão de cultura?
Vejo o homem gaúcho se atualizando fisicamente, tirando as sobrancelhas (sei de muita namorada que faz questão de tirar as sobrancelhas do amado), depilando o peito, alguns até as pernas, usando bombacha “cigarrete”, mas e o tratamento com a sua “prenda”? Por quantas gerações mais irá tratar/comparar a mulher com uma potra/égua, de maneira depreciativa? E o que é pior, ela continuar a aceitar!
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Inscrições estão abertas para início em 2025 no Instituto Estadual de Educação Dr. Carlos Vidal de Oliveira