O caso do edifício Vivaldino Maciel continua indefinido. Nesta semana, em assembleia geral, os condôminos deliberaram a contratação de uma empresa de Porto Alegre, que ficará responsável pela elaboração de um novo laudo técnico, com a utilização de vários equipamentos, que terá como objetivo contestar o anterior, feito pela Defesa Civil, que resultou na interdição do local.
Segundo o morador Fernando Pinheiro, um dos poucos que segue residindo no prédio, o novo laudo será feito com responsabilidade e profissionalismo. “Eles fazem vistoria realmente profissional e não baseadas em teses, achismos e teorias, como foi feito o primeiro laudo da Prefeitura”. Pinheiro relatou sobre a situação dos moradores do local. “A situação é terrível, tendo em vista que, a maioria dos que moram no edifício são idosos e, com a pensão pequena, sem dinheiro, é bem complicado”. E enfatizou: “tem um morador que teve um AVC e está em tratamento ainda na UTI, porque ninguém foi avisado de nada (que o prédio seria interditado)”.
Ainda segundo ele: “a administração do condomínio resolveu analisar as patologias do prédio, chamou um engenheiro para avaliar, que deu um parecer baseado no que ele viu e de posse deste parecer alguém do condomínio levou este para o Corpo de Bombeiros que interditou o prédio. As pessoas ficaram sabendo que o prédio iria supostamente desabar e que deveria ser desocupado quando os bombeiros bateram na porta mandando as pessoas desocuparem o prédio”.
Fernando disse que reconhece que o prédio necessita de reparos, mas acredita que a interdição é “exagero”. “É óbvio que o prédio tem patologias, pois tem quase cem anos, mas eles dizerem que é uma patologia que venha a desabar um prédio de cem metros de cumprimento, que é totalmente horizontal e não verticalizado, a ponto de colocar em risco o colégio Rivadávia Corrêa, lá na esquina, me parece um exagero”, afirmou Fernando.
Pinheiro finalizou relatando que, “já existem imobiliárias que estão oferecendo o prédio para construtoras, eu não sei quem deu procuração para estas imobiliárias, ou seja, a coisa é bem mais grave do que se pensa, mas nós vamos investigar e vamos descobrir aonde que se originou tudo isso”.
O CASO
O Corpo de Bombeiros interditou, no dia 02 de julho, o edifício Vivaldino Maciel, localizado na rua dos Andradas, no centro de Sant’Ana do Livramento. Segundo os bombeiros, há risco estrutural de desabamento.
De acordo com o comandante do 1º Pelotão de Bombeiros Militar de Sant’Ana do Livramento, sargento Emerson Flores, foi feita uma denúncia de rachaduras nas paredes e, durante a manhã, o Corpo de Bombeiros foi acionado para fazer a vistoria no edifício, quando foi constatado um colapso estrutural do prédio e incompleta presença de medidas de prevenção, sendo necessário a interdição e a retirada dos moradores do local.
O prédio centenário abrigou o Grande Hotel Jantzen. Antes, na década de 30, o prédio Vivaldino Maciel foi adquirido pela família Apoitia, sendo vendido ao empresário Jantzen na década de 40, que instalou o hotel. No ano de 1954, Vivaldino Garcia Maciel tornou-se proprietário, transformado nos anos 60, por sua família, em um edifício de apartamentos, tendo sua obra concluída em 1972.