A manhã começa de forma mista para os mercados globais, que presenciaram uma recuperação parcial na Ásia, enquanto os futuros dos EUA flutuam muito próximos da estabilidade, de olho nestas oscilações no mercado da China, bem como nos lucros das principais empresas de tecnologia dos EUA e na decisão de política monetária do Federal Reserve, marcada para hoje.
Na Europa, os ganhos em ações de tecnologia vão compensando uma queda nas mineradoras e os mercados operam majoritariamente no positivo. Os contratos dos EUA oscilam após a pior queda do índice Nasdaq 100 desde maio. A Apple Inc. caiu no after market devido à preocupação com o crescimento mais lento que o projetado, enquanto a Alphabet subiu em razão das fortes vendas reportadas eu seu mais recente balanço.
O índice MSCI Ásia-Pacific caiu para o seu nível mais baixo este ano, com as ações chinesas oscilando entre ganhos e perdas em meio aos esforços da mídia estatal para tranquilizar os investidores sobre a repressão. O índice Hang Seng reverteu as perdas depois de estar à beira de uma terceira queda consecutiva.
Os investidores seguem atentos, com as ações perto de suas máximas históricas, com a liquidação da China nesta semana aumentando as preocupações sobre a ameaça econômica da crescente variante delta e o potencial para os bancos centrais começarem a apertar a política para combater a inflação. Os títulos do Tesouro mantiveram seus ganhos antes da decisão do Fed sobre a taxa de juros ainda hoje, na qual os funcionários devem discutir como e quando reduzir o estímulo.
Por aqui, a entrada do senador Ciro Nogueira (PI) na Casa Civil, representa um movimento político importante para o presidente Jair Bolsonaro em um momento de crescente perda de popularidade do governo. Ao levar o Centrão para a “cozinha” do Palácio do Planalto, Bolsonaro avança várias casas no jogo para barrar o impeachment, atrai apoio no Senado e tenta alavancar sua campanha ao segundo mandato, em 2022.
Presidente do Progressistas, Nogueira foi confirmado ministro e capitão do time bolsonarista com a missão de diminuir o desgaste de Bolsonaro, alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, tirar o governo da rota de colisão e conquistar aliados.
O presidente se reuniu nesta terça-feira, 27, com Nogueira e acertou que ele será o responsável, a partir de agora, pela articulação política do Planalto com o Congresso. Sem partido, Bolsonaro negocia a filiação ao Progressistas e quer contar com a estrutura da sigla PP, forte no Nordeste, em sua tentativa de reeleição.
Com a estratégia de ceder espaço ao Centrão, o presidente faz a 27.ª mudança na equipe em dois anos e meio de mandato e tira o protagonismo de generais sem voto, como o ministro Luiz Eduardo Ramos, que deixou a Casa Civil e foi deslocado para a menos prestigiada Secretaria-Geral, até então ocupada por Onyx Lorenzoni. Visto como um curinga, Onyx já passou por outras três pastas e recebeu a promessa de ser transferido para Emprego e Previdência, que será recriado com o desmembramento do Ministério da Economia.