Após o caso dos alimentos vencidos na Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) ganhar grande repercussão, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deve ser aberta para apurar o caso e punir os responsáveis.
Quando questionada, a atual secretária, Gabriele Fernandes, disse que os alimentos haviam sido comprados na gestão anterior. Para entender melhor o caso, a Reportagem do jornal A Plateia conversou com o vereador Rafael Castro (PSB), que já esteve à frente da SMAS ao longo de 2020 durante uma das passagens de Mari Machado (PSB) como prefeita de Sant’Ana do Livramento.
O ex-secretário garantiu que, enquanto esteve gerindo a pasta, o controle dos recursos era rigoroso. “No nosso período, que eu fiquei três meses, a gestão dos alimentos era feita da forma mais responsável possível”. Castro também disse que tinha duas pessoas cumprindo este papel, uma era servidora da casa e a outra um cargo comissionado com experiência em logística.
O legislador lembrou que, desde antes da pandemia, a demanda era bastante alta por alimentos, portanto as compras também eram feitas em maior quantidade e não descartou que alguns lotes possam ter vencido no almoxarifado da SMAS, mas assegurou que isso não ocorreu enquanto esteve como Secretário. “Eu acho que pode proceder sim. Tem que fazer essa investigação. Eu sei que no ano passado foram comprados muitos alimentos. Tinha uma demanda muito ativa, de pessoas que precisavam das cestas básicas, então a gente concentrou nossos esforços para entregar esses alimentos.
ROUPAS ÍNTIMAS
Recentemente também gerou polêmica um pedido de informações protocolado pelo vereador Leandro Ferreira (PT) acerca de uma compra feita pela SMAS de diversos itens, entre eles, 500 cuecas, 250 calcinhas e 1060 pares de meias. O valor pago pelas peças ultrapassou os R$ 300 mil, e foi retirado de uma verba destinada ao enfrentamento à Covid-19.
Quanto ao tema, Castro explicou que, quando o recurso foi solicitado, antes da atual gestão, a sua finalidade era outra. “Foi um recurso que veio para todo o Brasil para melhorar o sistema dos albergados. Mas era para melhorar estruturalmente, se eu estivesse lá eu faria isso, aumentar o espaço, maior quantidade de camas para eles estarem separados, mas a decisão que eu percebi foi que o secretário tomou uma outra escolha. Eu acho que a decisão poderia ter sido outra, estruturar melhor o serviço porque os albergados precisam disso”.
O ex-secretário ainda completou. “Esperar que as coisas sejam encaminhadas para que a gente possa ter as respostas a altura da nossa comunidade porque é um problema muito grave, em plena pandemia, deixar alimentos vencerem, isso chega a ser imoral”.
