Por Germano Rigotto
Os futuros em Nova York operam em baixa, sugerindo uma realização após a alta de ontem que levou o S&P 500 ao seu novo topo histórico. Na Ásia, os mercados fecharam de forma mista, com a preocupação da China em reduzir o crescimento dos empréstimos, o que moderou o otimismo alimentado pela recuperação econômica dos EUA.
Os contratos futuros do S&P 500 caem junto com os do índice Nasdaq, depois que grandes ações de tecnologia dos EUA subiram na segunda-feira, incluindo um aumento do Facebook para um novo pico.
Os dados dos EUA continuam a destacar uma recuperação econômica à medida que mais americanos são vacinados contra o coronavírus, com a reversão das restrições de circulação, além do alívio fiscal, que começa a se firmar após as recentes declarações do Federal Reserve e da nova proposta trilionária democrata, visando especialmente os gastos com infraestrutura.
No entanto, outras partes do mundo ainda estão lutando para conter a pandemia e ficando para trás nas vacinações. Na China, o banco central pediu aos principais credores do país que reduzissem o ritmo dos empréstimos até o final deste ano.
Na Europa, o índice Stoxx Europe 600 atingiu um novo recorde ao reabrir após o feriado extendido de segunda-feira, tentando recuperar o atraso com a alta dos EUA.
Os papéis do Credit Suisse Group oscilaram entre ganhos e perdas depois de dizer que pode se desfazer de 4,4 bilhões de francos ($ 4.7 bilhões de sua posição na agora “implodida” Archegos Capital Management.
O banco já descarregou cerca de US $ 2,3 bilhões em ações vinculadas ao family office, uma semana depois que alguns rivais se desfizeram de suas ações.
O petróleo ensaia uma recuperação com as expectativas reduzidas de avanço nas negociações para reviver o acordo nuclear do Irã, o que diminui as chances de que os fluxos de petróleo do país aumentem ainda mais.
Por aqui, um dia depois de ser chamado de “novato” por Marco Aurélio Mello ao liberar a realização de missas e cultos por todo o País, o ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi “enquadrado” novamente nesta segunda-feira (5), desta vez pelo colega Gilmar Mendes.
Em uma decisão contundente, Gilmar colidiu frontalmente com Kassio, contrariou os interesses do Palácio do Planalto e manteve de pé um decreto do governo de São Paulo que proibiu cultos e missas em meio ao agravamento da pandemia. O episódio escancara o aprofundamento do desgaste interno de Nunes Marques, que vem sendo criticado nos bastidores por conta de decisões consideradas tecnicamente frágeis e sobretudo pelo alinhamento automático ao presidente Jair Bolsonaro, responsável pela sua indicação ao tribunal.
Ao longo de 16 páginas, repletas de duros recados, Gilmar criticou “postura negacionista” (e destacou o termo “negacionista”, sublinhado e em negrito) diante da pandemia do novo coronavírus, que já levou à morte de mais de 330 mil brasileiros. Também expôs as contradições de Kassio, ao apontar que o plenário do Supremo – com o voto do próprio Kassio – já concluiu, por unanimidade, que a Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) não é uma entidade de classe com legitimidade para entrar com ação no Supremo contra decretos estaduais e municipais.