Estão confirmados para os dias 08 e 27 de abril os dois leilões que têm como objetivo a venda do estádio João Martins, casa de um dos clubes de futebol mais tradicionais do Brasil, o Esporte Clube 14 de Julho. Com o bem avaliado em mais de R$ 5 milhões, o pregão será realizado com o intuito de liquidar uma série de dívidas do clube com a União.
Em março de 2020, a Justiça Federal havia marcado um leilão, mas ele foi cancelado, após acordo judicial. Agora, um ano depois, em 2021, o João Martins volta a ser alvo do leilão. O passivo com a união passa de R$ 400 mil.
A direção do clube já tem conhecimento do leilão, porém destaca que o tema está sendo tratado com o departamento jurídico. Caso não haja lance no primeiro pregão, o valor do estádio pode cair para a metade, pouco mais de R$ 2,6 milhões.
O edital do remate anuncia os mais de 15 mil metros quadrados de área que as instalações do clube ocupam no bairro Divisa, considerada área central de Sant’Ana do Livramento, além disso, também estão listadas as arquibancadas, camarotes, vestiários, sala de musculação e também a piscina térmica de 25×12,5m e toda a sua estrutura de caldeiras, banheiros e sauna seca.
Fundado há 117 anos, em 14 de julho de 1902, o Leão da Fronteira ostenta o título de terceiro clube mais antigo e também de primeiro time no Brasil a adotar as cores vermelho e preto ao seu uniforme. Entre tantos feitos, o 14 também entrou para a história como sendo o primeiro clube brasileiro a vencer uma competição internacional, quando em 1906 sagrou-se campeão da Copa La France, disputada no Uruguai.
Demonstrando toda a sua pujança e relevância ao nível nacional, o Leão também foi o primeiro clube gaúcho a ceder um jogador à Seleção Brasileira. O quatorzeano que vestiu a verde e amarela foi Cipriano Silveira, conhecido como Castelhano. A liberação aconteceu em 1920, quando o Brasil foi até Viña del Mar, no Chile, para disputar a primeira edição do torneio Sul-americano de Futebol.