As ações asiáticas, os recém abertos mercados europeus e os futuros em Nova York (exceção ao índice Nasdaq) operam em queda nesta quarta-feira, depois que o anúncio de novas medidas restrititvas, especialmente na França e na Alemanha, pesaram nos prognósticos de recuperação da pandemia, o que se refletiu especialmente em Wall Street e na cotação do petróleo bruto.
Um indicador do Morgan Stanley para ações da Ásia-Pacífico teve sua maior queda em cerca de duas semanas, afetando especialmente empresas ligadas a setores mais cíclicos.
As ações de Hong Kong foram o destaque negativo da sessão, em meio à decisão da cidade de suspender temporariamente as vacinas da BioNTech.
Os rendimentos dos títulos americanos se dirigiram para um terceiro dia de quedas depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, minimizou os riscos de inflação. Um sólido leilão do Tesouro de dois anos ajudou a dissipar as preocupações de que a falta de apetite pelas vendas desta semana poderia aumentar os rendimentos.
O petróleo se recuperou de sua queda, mas permaneceu abaixo de US $ 60 o barril, já que os novos bloqueios na Europa prejudicaram as perspectivas de uma rápida recuperação do consumo. O Bitcoin subiu depois que o CEO da Tesla, Elon Musk, tuitou que os carros da empresa podem ser comprados através da criptomoeda.
O otimismo global vem sucumbindo às dúvidas sobre o andamento da reabertura econômica. Alemanha, França e Itália ampliaram as barreiras relacionadas a vírus e as infecções estão aumentando em diversos lugares. O chefe da Organização Mundial da Saúde chamou os aumentos recentes de mortes e casos de “tendências verdadeiramente preocupantes”. Essas preocupações estão aumentando os efeitos em cascata do rebalanceamento de portfólio, típico de final do trimestre em todos os mercados.
Ao mesmo tempo, o governo dos EUA planeja mais medidas para estimular o crescimento. Os títulos do Tesouro se beneficiaram das garantias mais recentes do banco central de apoio continuado.
Um navio porta-contêineres encalhou no Canal de Suez, bloqueando uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo, vital para o movimento de tudo, desde petróleo até bens de consumo.
Por aqui, o Brasil registrou 3.158 novas mortes pela covid-19 nesta terça-feira, 23. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, bateu recorde pelo 25º dia consecutivo e ficou em 2.349. Pela primeira vez o País superou a marca de 3 mil mortes por coronavírus registradas em um único dia.
No total, o Brasil tem 298.843 mortos e 12.136.615 casos da doença, a segunda nação com mais registros, atrás apenas dos Estados Unidos. Só que nos últimos dias os números brasileiros são os piores do mundo, seja em óbitos ou em casos, o que evidencia o agravamento da pandemia.
Pressionado pelos seguidos recordes no número de mortes, o presidente, Jair Bolsonaro, deve acenar a presidentes e representantes de outros Poderes com ações mais intensas de combate à pandemia em reunião marcada para esta quarta-feira, 24, no Palácio da Alvorada.
O encontro deve marcar uma espécie de tentativa do presidente de “zerar o jogo” na atuação contra a crise. Bolsonaro deve falar sobre a estratégia do governo de ampliar a vacinação e a compra de mais imunizantes. Para dar respaldo a essa mudança, dirá aos participantes do encontro que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, centralizará esses esforços à frente da Pasta.