Nos verdes campos que antes eram tomados pela criação de gado, cavalos e ovelhas – como marca tradicional da pecuária gaúcha – hoje, uma vastidão de lavouras de soja, parreirais e, sobretudo, as oliveiras modificam a paisagem da Pampa mostrando assim todo o potencial de diversificação da nossa matriz produtiva. É dentro deste cenário que nos últimos 10 anos, pelo menos, é possível notar uma mudança na paisagem rural dos campos da Fronteira onde, aos poucos, o silêncio das campereadas foi substituído pelo ronco dos tratores e máquinas agrícolas que dividem hoje a mesma geografia.
Foi dentro deste contexto de expansão e de novos horizontes que, no ano de 2008, o casal Fernando e Sibeli Rotondo, depois de realizar um exaustivo estudo de climas, solos e disponibilidade de recursos naturais encontraram em Sant’ana do Livramento um terroir perfeito para a instalação do seu grande projeto de vida – o pioneiro empreendimento olivícola chamado OlivoPampa .
Desde então a família Rotondo vem se dedicando à produção de oliveiras na região da Tafona/Cerro da Cruz e produzindo o seu carro chefe, o azeite “Ouro de Santana”, além de criar uma linha de produtos à base de óleo de oliva. A propriedade familiar localizada, aproximadamente, a cerca de 27 km da sede do município, também mantém um viveiro de plantas que abastece, inclusive, outros produtores e serviço de recepção para grupos turísticos.
Nesta semana, a reportagem do Jornal A Plateia esteve acompanhando parte da colheita na propriedade, e segundo o produtor Fernando Rotondo há expectativa de uma diminuição de 50% da safra por conta do inverno do ano passado que foi bastante rigoroso com dias seguidos de muito frio. Para a safra deste ano, a previsão de colheita é de 50 toneladas de azeitonas, que por sua vez, depois de processadas, produzem cerca de 5 mil litros de azeite.
Todo o processo de produção, beneficiamento, embalagem e vendas é gerenciado dentro da propriedade, sendo possível observar todas as fases de manejos com as plantas até o beneficiamento no Lagar (Fábrica de azeite). Segundo Sibele Rotondo, a propriedade também investiu em instalações para receber os grupos guiados, com prédio climatizado e uma sala cantina para a realização de eventos, reuniões e palestras. No local climatizado e com janelas grandes é possível apreciar uma vista panorâmica dos olivais e de quebra admirar um lindo pôr-do-sol. Neste sentido a empresária comenta, que a pandemia prejudicou um pouco as visitas dos grupos que eram bastante frequentes; e que agora, principalmente por conta da bandeira preta, foram suspensas. “Em relação ao trabalho da colheita na propriedade, a pandemia não prejudicou quase nada, porque nós trabalhamos com poucas pessoas e geralmente são grupos de famílias, mas em relação ao turismo sim. Ela está afetando também as vendas, principalmente neste período em que nós sempre lançamos novos produtos, como é o caso do azeite Novello. Muitos clientes estão diminuindo os pedidos ou até nem fazendo, em relação ao ano passado nós estamos sentindo uma queda. Em contrapartida nós aumentamos bastante a venda para o consumidor final com entregas em domicílio e e-commerce” – destacou a empresária.