Desde a última sexta-feira (19), a passagem de caminhões com mais de 20 toneladas está proibida na ponte de acesso ao bairro Planalto. Localizada na rua João Antônio Dias Ribeiro, o trajeto é a principal rota de entrada a um dos mais importantes bairros de Sant’Ana do Livramento e a medida já causou grande estranhamento para os caminhoneiros que residem no local.
De acordo com o secretário municipal de Trânsito e Transportes, José Carlos Affonso Serpa, a restrição foi proposta após uma avaliação de engenheiros do município. “A ponte é velha está para ser consertada. Estavam passando carretas com 40, às vezes 50 toneladas para o residencial que está sendo construído atrás do Planalto. Essas carretas estão rebentando a pouca pavimentação que tem”, explicou.
Segundo Serpa, já foi emitido um comunicado aos responsáveis pela obra para que o fluxo seja interrompido no local, tendo em vista as grandes cargas que expõem a estrutura. “Imagina se a gente deixa passar e cai uma parte da ponte e tem que interditar toda ela. Vira um caos”, observou. O Secretário disse ainda que já existe um projeto orçado entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão para a reestruturação da ponte, mas tudo depende da aprovação e liberação de verbas.
Assim que aprovado, a estimativa é de que as obras sejam entregues em até dois meses. Enquanto isso, apenas pequenos caminhões, ônibus e os veículos que fazem coleta do lixo podem utilizar o acesso principal e o Secretário orienta que os demais busquem por outros caminhos. Por outro lado, moradores do bairro que trabalham com transportes protestam.
Um deles, Elisandro Fernandes, é caminhoneiro e trabalha com cargas internacionais. Muitas vezes utiliza Sant’Ana do Livramento como ponto de descanso entre um destino e outro e, para isso, precisa passar com a carreta carregada pela ponte. “Fazer a volta por onde? Eu quero saber qual é a opção. O Batuva não tem como trafegar, é pura pedra e buraco. Dia de chuva a gente atola, não tem como passar”, apontou.
Já sobre o novo desvio próximo à construção do residencial, Fernandes disse que também não é possível passar. “Seria uma rota boa, alternativa, mas tá trancada. Eles (responsáveis pela obra) trancaram a rua, não tem como ir de carreta por ali”. O caminhoneiro ainda disse que, além dele, pelo menos mais dez moradores do Planalto trabalham com carretas. “Vão ter que colocar um guarda 24 horas, porque só a placa não vai adiantar de nada”, sentenciou.