A rodada do distanciamento controlado só ocorreu nessa sexta-feira (26), mas no dia anterior o governador Eduardo Leite já havia antecipado a sua decisão de atribuir a bandeira preta em todo o território do Rio Grande do Sul. O anúncio ocorreu durante uma transmissão ao vivo quando Leite e alguns secretários justificaram a decisão.
Sinalizando o risco altíssimo de contágio por Covid-19, a bandeira preta traz medidas que muito se assemelham a um lockdown, mas ainda assim, não o são. Outro ponto que merece destaque foi a suspensão do modelo de cogestão proposto pelo próprio Governo há alguns meses, onde os prefeitos de cada região tinham maior autonomia para impor medidas em seus municípios.
Os prazos também foram modificados pelo Piratini. Normalmente o mapa é publicado na sexta com todas as regiões já avaliadas de forma preliminar, para que encaminhem os possíveis recursos para recorrer da decisão ao longo do final de semana. O resultado definitivo é anunciado na segunda e as medidas vigoram a partir de terça-feira. Entretanto, o Executivo Estadual antecipou as datas e as restrições da bandeira preta entram em vigor no sábado (27) e devem perdurar até o próximo domingo (7).
Além dos protocolos de bandeira preta, a medida que prevê a suspensão de atividades não essenciais, diariamente, das 20h às 5h também deve ser mantida. O Governador justificou o aumento das restrições dizendo que a medida foi adotada visando evitar um colapso na rede de saúde pública. “É uma rede. Mesmo que uma região esteja com bandeira menor, verificando contágio menor, o seu sistema de saúde vai ser demandado. E, mais do que isso, se uma região estiver cumprindo protocolos muito severos, as outras regiões próximas com serviços abertos poderão ser demandadas, o que vai gerar migração e aumento do fluxo da pandemia para outras regiões por ter essa disparidade entre protocolos”.
O QUE MUDA
Bandeira preta, embora bastante próxima, não significa lockdown. Por óbvio, as restrições são muito mais amplas, mas de forma geral, os principais pontos do regulamento divulgado pelo Governo do Estado são os seguintes: apenas os serviços de segurança e saúde continuam com 100% do efetivo. Já na alimentação, como restaurantes, lancherias, lanchonetes e bares, o funcionamento deve ocorrer com 25% dos funcionários e através de drive-thru e telentrega.
O comércio varejista de itens essenciais continua funcionando com 25% de trabalhadores e o varejo e atacado não essencial deve permanecer fechado. Eventos e atividades de lazer estão suspensos, sejam em lugares abertos ou fechados. Academias, centros de treinamento, quadras e clubes também não devem funcionar. Também está vetada a permanência em áreas públicas como parques e praças.
Missas e serviços religiosos podem ocorrer apenas com 25% dos trabalhadores para a captação de áudio e imagens das cerimônias.
LIVRAMENTO
Até o fechamento desta edição, Sant’Ana do Livramento somava 44 óbitos em decorrência da Covid-19. Entretanto, o que mais preocupa é o aumento no número de mortes em 2021. Para efeitos de comparação, de acordo com dados repassados pela Prefeitura, entre o meses de março e dezembro de 2020 foram 14 óbitos. Neste ano, só entre janeiro e fevereiro já são 30 mortes. O que representa um aumento de 214%.
Quanto à capacidade do único hospital do município com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o último boletim publicado até o fechamento desta matéria dava conta de que 45,97% dos leitos da Santa Casa estavam ocupados. Atualmente o município tem 308 casos ativos da doença, sendo que 8 pacientes estão internados na Ala Covid e um na UTI Covid da Santa Casa.