seg, 2 de dezembro de 2024

Variedades Digital | 23 e 24.11.24

Família confirma identidade de homem encontrado sem vida no Cerro Chato

Clademir Teixeira Freire tinha 59 anos e não mantinha contato com a família há três semanas

O corpo de um homem foi encontrado por um casal no parque eólico Cerro Chato no último domingo (21). O homem não carregava nenhum tipo de documentação, portanto, o mistério sobre a sua identidade se manteve até a tarde de segunda-feira (22), quando familiares fizeram contato com a Reportagem do jornal A Plateia. Segundo uma das filhas, tratava-se de Clademir Teixeira Freire, de 59 anos.
Mesmo sem ter a confirmação da identidade pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), que ainda não concluiu os testes de identificação por conta do avançado estado de decomposição do corpo, a família teve certeza de que se tratava de Freire. Isso porque o homem já estava há dias vagando pelas ruas da cidade.

A filha da vítima, Maria Elizabeth Freire, relatou ao jornal A Plateia que o seu pai estava passando por um momento difícil, mas, mesmo assim, recusou a ajuda da família. “Eu tentei ajudar ele, aluguei casa e tudo e ele não aceitou ajuda”. Por último, o homem de 59 anos estava morando em um estabelecimento rural onde havia trabalhado, próximo ao parque eólico Cerro Chato.
Entretanto, após tentativas da família para que ele retornasse à cidade, Freire terminou passando alguns dias no albergue municipal. “Eu tentei falar com ele e ele não quis falar comigo. Dali a gente não viu mais ele”, disse Maria. O último contato com o pai havia ocorrido há três semanas, mas pouco tempo depois, a filha relatou ter recebido mensagens de pessoas que encontraram um cartão de crédito com o nome de Freire próximo ao Cerro Chato.

Desta forma, quando a notícia de que o corpo de um homem havia sido encontrado no parque eólico foi difundida, a família teve certeza de que se tratava de Freire. “Problema mental ele não tinha. Até fui ver uma clínica pra pagar particular pra ele ficar, mas ele não quis e me disse: ‘Se é pra eu ficar trancado assim, eu prefiro morrer que nem andarilho’. E foi do jeito que ele morreu, né”, lamentou a filha.
Agora, a família aguarda a realização da coleta de materiais genéticos para a comparação de DNA para que, por fim, o IGP confirme a identidade do homem de 59 anos. Como a família pôde reconhecer, o corpo foi liberado e sepultado no cemitério municipal de Sant’Ana do Livramento. Caso não fosse reconhecido, o homem seria enterrado como indigente em Bagé.

O CASO

Um casal foi até o parque eólico Cerro Chato para um dos mais tradicionais programas santanenses, tomar chimarrão à sombra dos eucaliptos. Ao chegar no local desejado, por volta das 18h30 de domingo (21), a dupla estacionou o carro e desceu para buscar um lugar para sentar. Entretanto, um forte cheiro tomava conta do ar do local. Pensando se tratar de um animal em decomposição, o casal começou a procurar a origem do odor.
A poucos metros de onde haviam parado o seu automóvel, o casal se deparou com o corpo de um homem caído próximo à uma porteira. O indivíduo estava nu, com uma das pernas enroscada na cerca de arames e em um avançado estado de decomposição. De acordo com o depoimento de uma das testemunhas que pediu para não ser identificada, o rosto estava irreconhecível, mas era possível notar cabelos e barba branca. “A minha esposa viu primeiro e disse: ‘Tem um pé ali, foi aí que a gente viu que era uma pessoa. Foi um susto”, comentou.
A Brigada Militar e equipes do IGP foram deslocadas até o parque eólico. No local, buscas foram realizadas para tentar encontrar alguns pertences ou evidências que auxiliassem na elucidação do caso. Entretanto, nada foi encontrado. Sem sinais de ferimentos, a perícia excluiu a hipótese de morte violenta.

 

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