Chegou ao fim nessa quinta-feira (18), o prazo para o pagamento da folha salarial referente ao mês de janeiro para os trabalhadores da Santa Casa de Misericórdia. A data era fruto de um acordo entre os profissionais e a Prefeitura, firmado ainda no começo do mês após o fim da greve. Questionada, a direção do hospital disse que o pagamento não ocorreu por falta de verbas. “O que tínhamos em caixa não completaria 100% da folha, conforme havíamos acordado com os trabalhares, então utilizamos para a compra de insumos hospitalares”, explicou a diretora Leda Marisa.
Segundo Leda Marisa, o acordo previa o pagamento de 100% do valor, algo em torno de R$ 850 mil, mas como não havia fundos suficientes, a direção optou por esperar até que o montante seja arrecadado.
O Sindisaúde, sindicato que representa os trabalhadores da saúde no município, diz que a possibilidade de uma nova greve não está descartada por parte dos profissionais. “Isso está gerando um desconforto com os trabalhadores. São oito vales alimentação, vales transporte (em atraso). […] Por parte dos trabalhadores já se fala (em greve), mas o sindicato está tentando não chegar nesse denominador. Isso não é o que nós queremos, queremos receber”, afirmou Silvio Madruga, presidente do sindicato.
Leda Marisa disse que a previsão é de que a administração consiga realizar o depósito até a próxima quinta-feira (25). “O que atrasou foram esses dias de carnaval, que não contaram como úteis. Por isso não recebemos os repasses do SUS, que sempre são feitos quando a quinzena vira”. Quanto à eminência de uma nova greve, Leda disse que a administração do hospital entende que é uma possibilidade real, mas aposta na sensibilidade dos profissionais diante do momento de pandemia. Ainda em sua declaração, Leda disse que outra greve seria um fator de constrangimento para a direção do hospital.
A PRIMEIRA GREVE
No dia 25 de janeiro teve início a greve dos trabalhadores da Santa Casa de Misericórdia, a decisão foi tomada após uma das maiores assembleias da categoria. A paralisação ocorreu por atrasos no pagamento de salários e benefícios. Durante uma semana, apenas 30% dos profissionais cumpriram suas funções, enquanto a maioria de seus colegas protestavam em frente ao sanatório.
O protesto só chegou ao fim no dia 2 de fevereiro, quando, após diversas negativas de acordos, a categoria recebeu a confirmação do pagamento dos vencimentos referentes ao mês de dezembro.