Um grande número de trabalhadores da Santa Casa de Misericórdia de Sant’Ana do Livramento iniciou a semana com os braços cruzados. A decisão foi tomada na sexta-feira (22), durante uma das maiores assembleias do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Sant’Ana do Livramento (Sindisaúde). Com faixas, o grupo de servidores esteve desde as primeiras horas do dia em frente ao sanatório.
Segurando um cartaz com a frase “não somos viventes, e sim sobreviventes”, em uma clara alusão ao slogan de campanha da prefeita Ana Tarcouco (DEM), uma das servidoras falou em falta de valorização da classe. “A gente dá o máximo da gente ali dentro, a gente deixa os nossos familiares em casa para cuidar dos outros e… Não ter o devido valor. A gente trabalha 100% pra receber só 50%”. A afirmação da servidora diz respeito ao acordo que não foi firmado com o Executivo Municipal também na sexta, onde foi proposto pela administração pública o pagamento de 60% dos vencimentos dos trabalhadores.
Enquanto isso, o presidente do Sindisaúde, Silvio Madruga, estava reunido com o vice prefeito Evandro Gutebier (REPUBLICANOS) no palácio Moysés Vianna e, após o encontro, esteve no sanatório para conversar com os trabalhadores. “Nós pensávamos que teríamos uma proposta para não iniciarmos a greve, mas não foi bem assim. Inclusive acabou a reunião e ficou a Secretária de Saúde, a diretora geral da Santa Casa, a senhora Leda Marisa, e eles disseram que vão tirar algum dinheiro para ver se amenizam a situação dos trabalhadores. Mas bem claro, o prefeito em exercício disse que não tem solução mágica para a Santa Casa”, comentou Madruga.
Ainda em sua fala, o presidente do sindicato disse que todos sabem das dívidas do hospital. “Quando qualquer cidadão coloca o seu nome para concorrer à uma eleição, ele deve ser sabedor do problema que vai enfrentar. Deixo claro que existe uma situação que este governo tem dias de governo e o sindicato tem essa situação posta. Por que nós não entramos em greve antes? Porque vinham nos pagando, no mínimo, mesmo que não fosse uma folha integral, mas pagavam. Nós trabalhamos aqui 50 dias para receber 30, ainda sem vale alimentação e sem vale transporte”.
Madruga ainda completou: “Vou falar bem claro, como gaúcho, tem muitas pessoas que ficam sentadinhas essa hora, não devem trabalhar. Ficam aí nos facebooks da vida postando. São pessoas qu são agregados da gauiaca, que gostam de uma boquinha nos poderes e ficam ali questionando uma visão de trabalhador. A Santa Casa tem trabalhadores da saúde, todo mundo que trabalha aqui é qualificado. Então botem coisinhas aí no face pensando que a gente não está reivindicando uma situação legítima”.
Antes de encerrar, Madruga disse também que já tem advogados de fora da cidade “preparados para o combate” e espera uma definição por parte do Executivo.